A crise econômica pela pandemia do coronavírus pode colocar por água abaixo os progressos obtidos em matéria de desenvolvimento nos últimos anos nos países pobres - advertiu o presidente do Banco Mundial, David Malpass, nesta sexta-feira (17).
Leia Mais
Volta à Bélgica é cancelada devido ao coronavírusManifestantes exigem comida e outras ajudas diante da pandemia na ColômbiaEurocâmara defende 'títulos de recuperação' na crise do coronavírusMuitos destes projetos estão destinados a conter a pandemia, incluindo aumentar o acesso a mais testes, estabelecer cordões sanitários e ter mais equipamento médico.
"Mas isso vai ser claramente insuficiente", no momento em que falta tudo nestes países, comentou Malpass, durante as reuniões semestrais do Banco e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Este ano, por conta da pandemia, as reuniões foram todas virtuais.
Malpass reiterou que se espera uma recessão global de grande envergadura e que as estimativas apontam que será mais profunda do que a Grande Recessão. Entre as causas, estão a queda simultânea da produção, do investimento, do emprego e do comércio.
"Se não agirmos rápido para fortalecer os sistemas e reforçar a resiliência, os avanços em desenvolvimento nos últimos anos podem se perder facilmente", advertiu.
O FMI espera uma contração global de 3%, mas a queda do PIB pode ser maior, se a pandemia não for controlada antes do final de junho, e as medidas de confinamento tiverem de se prolongar no segundo semestre.
Na América Latina, a crise será mais acentuada, com uma contração de 5,2% e, no caso da Espanha, país severamente atingido pela COVID-19, a queda do PIB será de 8%.
A pandemia deixou pelo menos 145.673 mortos e mais de 2 milhões de pessoas infectadas em todo mundo, conforme balanço da AFP atualizado às 8h desta sexta-feira.