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Estado de Minas

OMS pede que Europa não baixe a guarda ao coronavírus


postado em 16/04/2020 15:31

A Europa, com mais de 90.000 mortes, não deveria baixar a guarda, apesar do desejo de suspender o confinamento, alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS) nesta quinta-feira. O coronavírus, que causou a morte do escritor chileno Luis Sepúlveda na Espanha, ainda está se espalhando.

Dos pouco mais de dois milhões de infectados em todo o mundo desde que o vírus apareceu na China em dezembro, metade está na Europa e das quase 138.000 mortes por COVID-19, mais de 90.000 ou dois terços são registradas neste continente, de acordo com o último balanço da AFP desta quinta-feira.

Os Estados Unidos, cujo epicentro da pandemia, Nova York prorrogou o confinamento nesta quinta-feira, são atualmente o país onde a doença progride mais rapidamente e nesta quinta-feira chegou perto de 31.000 mortes (cerca de 640.000 casos), à frente da Itália (21.600 mortos), Espanha (19.100) e França (quase 18.000).

O número de mortes na Espanha em 24 horas aumentou novamente nesta quinta-feira, com 551 mortes, incluindo a do escritor chileno Luis Sepúlveda, forçado ao exílio sob a ditadura de Pinochet e um dos escritores latino-americanos de maior sucesso, que morreu aos 70 anos em Oviedo depois de um mês e meio hospitalizado.

A OMS lembrou à Europa que o continente ainda está "no olho do furacão" e pediu que "não baixe a guarda" até ter certeza de que o vírus está sob controle.

Espanha, Dinamarca, Itália e Áustria começaram com uma reabertura tímida de alguns setores de sua economia e na área da educação.

A Alemanha se prepara para um retorno progressivo às aulas a partir de 4 de maio e na próxima semana também testará a reabertura de pequenas lojas, mas grandes concentrações serão proibidas até o final de agosto.

"O céu tempestuoso dessa pandemia ainda pesa na região. As próximas semanas serão cruciais para a Europa", alertou o diretor da seção europeia da OMS, Hans Kluge.

Kluge garantiu que "os fracos sinais positivos observados em alguns países são temperados por números constantes ou crescentes em outros", como Reino Unido, Turquia, Ucrânia, Bielorrússia e Rússia.

O Reino Unido, que registrou 861 mortes nas últimas 24 horas e ultrapassou um acumulado de 13.700, estendeu nesta quinta-feira "pelo menos três semanas" o confinamento estabelecido em 23 de março.

Por causa da pandemia, o presidente Vladimir Putin decidiu adiar a parada militar para comemorar a vitória sobre o nazismo em 9 de maio de 1945, que marca 75 anos este ano.

- Nova York confinada mais um mês -

Do outro lado do Atlântico, o estado de Nova York, o mais afetado pelo coronavírus nos Estados Unidos, deve cumprir rigorosas medidas de isolamento até 15 de maio, anunciou o governador Andrew Cuomo nesta quinta-feira, depois de indicar que nas últimas 24 horas foram registradas 606 mortes, o número mais baixo em 10 dias.

"Temos que continuar o que estamos fazendo. Gostaria que a taxa de infecção caísse ainda mais", disse Cuomo.

Contra a corrente, pressionado pela asfixia econômica que a pandemia trouxe, Donald Trump se prepara para entregar nesta quinta-feira seu roteiro para a progressiva reativação da economia americana, depois de afirmar que seu país provavelmente já "passou do pico" de infecções.

"Vamos abrir os estados, alguns estados muito antes que outros", disse Trump, sugerindo a possibilidade de que em alguns casos a reabertura econômica comece antes de 1º de maio.

No entanto, em uma entrevista Tom Frieden, ex-diretor do Centro Americano de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) durante a presidência de Barack Obama, alertou que os Estados Unidos estão longe de estarem preparados para suspender o confinamento.

"Ajude-nos financeiramente ou não haverá uma recuperação nacional", disse o prefeito de Nova York Bill de Blasio, pedindo a Trump que desbloqueie bilhões de dólares em ajuda federal.

Para ajudar os países mais pobres atingidos pela pandemia, os líderes do G20 anunciaram uma suspensão de um ano do serviço da dívida, injetando otimismo entre os defensores do multilateralismo, após a tão criticada decisão de Trump de suspender a contribuição de Estados Unidos à OMS por "má gestão" da pandemia e suposto viés em favor das posições chinesas.

Trump organizou uma videoconferência com os outros líderes do G7 - Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido - nesta quinta-feira, na qual, de acordo com a presidência dos EUA, uma foi acordada uma revisão e reforma exaustiva da OMS. Além disso, os líderes do G7 concordaram em coordenar a retomada de suas economias assim que a pandemia desacelerar, acrescentou a fonte.

- Espera-se uma hecatombe -

Na América Latina, a pandemia acumula quase 80.000 infecções e quase 3.700 mortes, metade no Brasil e mais de um terço dos casos no Equador, cenário de forte foco em Guayaquil.

O número de casos de coronavírus no Brasil é 15 vezes maior do que os dados oficiais asseguram, de acordo com pesquisadores que estimam que mais de 300.000 pessoas foram realmente infectadas e temem uma hecatombe nas próximas semanas.

"O Brasil está em uma posição muito ruim e só podemos resolver o problema com testes em massa ", disse Domingos Alves, membro do grupo COVID-19 Brasil e chefe do Laboratório de Inteligência em Saúde (LIS) da Universidade de São Paulo, à AFP. (USP).

O presidente equatoriano, Lenín Moreno, reconheceu que seu país não está preparado para enfrentar o coronavírus, que deixa mais de 7.800 infectados e quase 400 mortos naquele país.

No México, onde 5.800 casos positivos e 450 mortes do COVID-19 são registrados, o governo dobrou os recursos oferecidos a pequenas empresas para enfrentar a crise.


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