A Argentina atravessa um momento particularmente "difícil" em meio à pandemia de coronavírus, que abala o mundo inteiro e causa a pior recessão global em mais de um século, disse a diretora-gerente do FMI Kristalina Georgieva nesta quarta-feira.
Georgieva se referiu à situação na terceira economia da América Latina, em recessão por dois anos e com endividamento colossal, durante uma videoconferência na abertura das reuniões boreais da primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundo (BM).
"A Argentina tem se concentrado muito em lidar com esta crise com a sequência apropriada de medidas na frente da saúde, além de apoiar as pessoas mais vulneráveis e os segmentos mais vulneráveis da economia", afirmou Georgieva.
Ela lembrou que o governo Alberto Fernández está se preparando para apresentar aos credores uma proposta de reestruturação de parte da dívida do país, que totaliza cerca de US$ 324 bilhões, equivalente a quase 90% de seu Produto Interno Bruto (PIB).
"É realmente um momento difícil para todos, mas em particular é difícil para os países que já entraram nesta crise com desafios complexos", disse Georgieva.
"Da mesma forma que o vírus afeta pessoas com condições pré-existentes, que são mais vulneráveis, mais severas, também afeta economias com dificuldades pré-existentes mais difíceis", acrescentou.
Em seu último relatório "Perspectivas para a economia mundial", o FMI prevê um aprofundamento da recessão na Argentina em 2020, com uma contração do PIB de 5,7% e uma possível expansão de 4,4% em 2021.