Jornal Estado de Minas

Moçambique investiga conexões de líder do PCC detido em Maputo

As autoridades de Moçambique estão investigando as conexões de Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como "Fuminho", um dos principais líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), detido na segunda-feira em Maputo - informou a polícia do país africano nesta terça-feira (14).



"Fuminho", que estava foragido há mais de 20 anos, chegou a Moçambique em meados de março. Ele foi preso em um hotel de luxo de Maputo ao lado de dois nigerianos.

Durante a operação, realizada com participação de agentes do Brasil, de Moçambique e da agência antidrogas dos Estados Unidos (DEA), os agentes encontraram dois passaportes nigerianos e um passaporte brasileiro falso, 100 gramas de maconha, 15 telefones celulares, cinco malas, um carro, 34.700 meticals (moeda moçambicana, US$ 500), 5.000 rands (US$ 273) em dinheiro e três relógios em poder do criminoso, informou Leonardo Simbine, porta-voz da polícia de Moçambique.

"Ele não opera sozinho, faz parte de uma quadrilha", disse o porta-voz, antes de acrescentar: "Ainda estamos investigando para saber se ele tem conexões em Moçambique. Ele é um barão da droga, sobre ele já recaía um mandado de captura internacional".

Ao ser questionado sobre uma extradição para o Brasil, o policial considerou prematuro falar sobre o tema.

"Posteriormente iremos nos pronunciar sobre isso", concluiu.

"Fuminho" era considerado "o maior fornecedor de cocaína a uma facção com atuação em todo Brasil, além de ser responsável pelo envio de toneladas da droga para diversos países do mundo", afirmou a Polícia Federal (PF) em um comunicado divulgado na segunda-feira.

Surgido nos anos 1990 nos presídios de São Paulo, o PCC é, segundo especialistas, uma das maiores e a mais estruturada facção criminosa do Brasil.

Nos últimos anos, destacou-se seu fortalecimento em vários estados brasileiros, na tentativa de controlar a rota da cocaína procedente de Colômbia, Peru e Bolívia, os maiores produtores do entorpecente.

O líder do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, cumpre pena de mais de 200 anos de reclusão em um presídio de Brasília, sob estrito dispositivo de segurança.

Segundo o documento da PF divulgado na segunda-feira, "Fuminho" estaria financiando um plano de resgate de Marcola.