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Estado de Minas

Em uma Páscoa afetada pelo coronavírus, papa pede "contágio da esperança"


postado em 12/04/2020 19:43

Centenas de milhões de cristãos celebraram este domingo de Páscoa em condições sem precedentes, devido à pandemia de coronavírus que matou mais de 110.000 pessoas, atingindo fortemente os Estados Unidos e ainda não dando trégua à Europa.

O número de mortos pelo COVID-19 dobrou em pouco mais de uma semana e os Estados Unidos se tornaram o país mais afetado, com 550.000 infecções confirmadas e 21.733 mortes, de acordo com um balanço da Universidade Johns Hopkins.

Em um mundo "dominado pela pandemia, que está colocando nossa grande família humana à dura prova", o Papa Francisco pediu "o contágio da esperança" em uma Basílica de São Pedro vazia para sua mensagem de Páscoa.

Em sua mensagem, transmitida on-line, ele pediu um "cessar-fogo global e imediato em todos os cantos do mundo", enfatizando o Iêmen e a Síria, mas também o Iraque, o Líbano e o conflito israelense-palestino, e pediu para que reduzam ou perdoem a dívida dos países mais pobres.

- Santo Sepulcro fechado -

Igrejas desertas, cerimônias sem fiéis, missas através das telas... Neste fim de semana de Páscoa, que comemora a ressurreição de Cristo segundo a tradição cristã, os lugares de culto mais famosos do planeta estavam totalmente vazios.

Em Jerusalém, pela primeira vez em mais de um século, a Igreja do Santo Sepulcro está fechada. Uma missa sem os fiéis foi celebrada em seu interior esta manhã.

Nos arredores de Lisboa, um padre dirigia uma imagem da Virgem de Fátima em um conversível e, em Londres, um reverendo andava pelas ruas vazias de Notting Hill orando e cantando.

Em Antananarivo, capital de Madagascar, por outro lado, a ideia de um padre teve consequências não intencionais, porque quando ele começou a celebrar a missa na parte traseira de um veículo e uma multidão se reuniu ao seu redor. "Hoje devo orar sozinho, mas também não se trata de dizer às pessoas para 'irem embora'", disse o padre Pedro Opeka.

Na Itália, alguns fiéis não puderam suportar o confinamento. Em San Marco in Lamis, uma localidade de 15.000 habitantes do sudeste do país, 200 pessoas participaram de uma oração diante da igreja, causando uma onda de indignação e um pedido de desculpas do prefeito.

Na Nicarágua, o governo também não parecia se importar com as medidas de distanciamento para impedir a propagação do vírus e promoveu a celebração da Páscoa, apesar do fato de a Igreja ter suspendido todas as festividades.

No estado de Nova York, que já registrou mais de 8.600 mortes em decorrência do coronavírus, a realidade é encarada de maneira diferente. O prefeito Bill de Blasio anunciou que as escolas públicas da cidade permanecerão fechadas até o final do ano letivo.

Na Europa, que ultrapassou neste domingo a cifra simbólica de 75.000 mortes, os balanços diários de mortes continuam a chegar como baldes de água fria, embora em alguns países o avanço esteja diminuindo.

A Itália se aproxima do trágico saldo de 20.000 óbitos, e a Espanha voltou a anunciar neste domingo um aumento nas mortes diárias (619), após três dias consecutivos de queda, e se aproxima das 17.000 vítimas fatais.

Como em outros países, na Espanha, o número de pacientes em terapia intensiva está diminuindo e as autoridades queriam dar uma nota otimista, assegurando que um "processo evidente de desaceleração da epidemia" está ocorrendo, nas palavras do Ministro da Saúde, Salvador Illa.

Embora o confinamento estrito permaneça em vigor, atividades não essenciais, como indústria e construção, serão retomadas na segunda-feira após duas semanas de paralisação.

Na França, regstram-se 14.393 mortes e no Reino Unido, que neste domingo se aproxima de 11.000 mortes, o primeiro-ministro Boris Johnson foi libertado após uma semana hospitalizado.

"Vamos derrotar o coronavírus e superá-lo juntos", disse o chefe de governo britânico em um vídeo em que garantiu que por 48 horas tudo "poderia ter sido decantado" de um lado ou de outro.

No continente africano, onde foram registradas cerca de 13.000 infecções e cerca de 700 mortes ", o vírus se espalha para além das grandes cidades", alertou a OMS.

- Queda do PIB na América Latina -

Em outras regiões do mundo, começaram a ser aplicadas medidas de isolamento, como na Turquia, onde o confinamento foi imposto em 31 cidades neste fim de semana, incluindo sua capital econômica, Istambul, com 16 milhões de pessoas.

Na Venezuela, onde o vírus matou pelo menos nove pessoas e infectou 175, o estado de alarme foi estendido por 30 dias.

Em sua mensagem de Páscoa, o papa rezou por "soluções práticas e imediatas na Venezuela, destinadas a facilitar a ajuda internacional à população que sofre com a grave situação política, socioeconômica e de saúde".

A América Latina e o Caribe registravam mais de 61.000 infecções neste domingo, com mais de 2.500 mortes, segundo balanço estabelecido pela AFP.

O Brasil é o país da região mais afetado pela pandemia, com 1.100 óbitos e quase 21.000 infecções; seguido pelo Equador, com 315 mortes em 7.200 casos.

O impacto econômico que a pandemia terá na região também será importante, de acordo com as previsões do Banco Mundial, que neste domingo previu que o PIB da América Latina e do Caribe contrairá este ano 4,6%.

Todos os países entrarão em recessão, exceto a Guiana, que crescerá, e a República Dominicana, que permanecerá estável, afirmou a instituição.

As consequências do COVID-19 na economia já estão começando a ser sentidas em todo o mundo, com o colapso dos preços do petróleo e as quedas acentuadas nos mercados de ações mundiais.

Nesse contexto, os principais países produtores de petróleo se reuniram novamente, por videoconferência, neste domingo e fecharam um acordo para "o maior corte de produção da história" de milhões de barris por dia, para conter a queda do preço do petróleo.


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