Jornal Estado de Minas

Resíduos de fumaça contaminada por incêndio florestal em Chernobyl ameaçam capital da Ucrânia

Ventos levam fumaça na direção da capital da Ucrânia, Kiev (foto: Volodymyr Shuvayev / AFP)

Não bastasse a pandemia de coronavírus que atinge o mundo e mais um situação de perigo ameaça uma região do planeta

Resíduos de fumaça do incêndio florestal que atinge a região da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia desde o fim de semana passado estão chegando à capital, Kiev, cidade com quase três milhões de habitantes. 



 

A Ucrânia anunciou no domingo (5) um aumento da radioatividade devido na zona de exclusão que rodeia a central de Chernobyl, onde ocorreu, em 1986, o pior acidente nuclear da História.


"Há radioatividade superior à normal no coração do incêndio", indicou no Facebook Egor Firsov, que lidera o serviço de inspeção ambiental. Ele acompanhou sua mensagem com um vídeo que mostra um contador Geiger exibindo um nível de radioatividade 16 vezes mais alto do que o normal.


As chamas se propagaram por mais de 100 hectares no setor florestal situado em torno da central nuclear, a cerca de 100 quilômetros da capital, Kiev.



Em nota divulgada em um primeiro momento, os serviços de emergência garantiam que as chamas estavam sob controle e que não havia sido detectado nenhum aumento da radioatividade no ar. Depois, afirmaram que havia "problemas" para extinguir o fogo, devido ao aumento da radioatividade em alguns pontos. Agora, a situação parece ter chegado a um novo momento, e mais grave.



Autoridades afirmaram, por sua vez, que as localidades próximas não corriam perigo. Dois aviões, um helicóptero e cerca de 100 bombeiros estavam mobilizados para lutar contra o incêndio.


O acidente nuclear


O reator número 4 da central de Chernobyl explodiu em 26 de abril de 1986, contaminando, segundo diferentes estimativas, ate 75% da Europa. Por causa da catástrofe, as autoridades evacuaram milhares de pessoas. Uma ampla área de mais de 2.000 quilômetros quadrados foi abandonada.


Outros três reatores da planta continuaram funcionando após o desastre. O último parou em 2000, o que marcou o fim de toda atividade industrial em Chernobyl.