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Médicos franceses interrompem tratamento com hidroxicloroquina

Coronavírus: hospital na França interrompe tratamento com hidroxicloroquina após efeitos colaterais


postado em 10/04/2020 04:00



Um hospital na França teve de interromper o tratamento experimental usando hidroxicloroquina para pacientes com coronavírus, depois que alguns efeitos colaterais foram identificados. De acordo com os médicos franceses, continuar seria “um grande risco” para a saúde cardíaca dos pacientes. Esse é o mesmo tratamento que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem divulgando como solução para o combate à COVID-19.

O Centro Hospitalar Universitário de Nice (CHU de Nice) foi um dos primeiros hospitais a testar a hidroxicloroquina em pacientes contaminados pelo vírus. Em um comunicado, publicado em 22 de março, o hospital explicou que estava testando o tratamento em quatro pacientes e que esperava estabelecer sua eficiência.

Apesar disso, em entrevista ao jornal francês Nice-Martin, o professor Émile Ferrari, chefe do departamento de cardiologia, afirmou que os efeitos colaterais do tratamento impossibilitam de continuar decorrente ao risco que o paciente se expõe. De acordo com ele, os eletrocardiogramas apresentaram anomalias. Um eletrocardiograma mede as atividades elétricas no coração e representa isso como um gráfico para os médicos.

Em pronunciamento transmitido em rede nacional na noite de quarta-feira, o presidente Jair Bolsonaro defendeu novamente a volta das pessoas ao trabalho e o uso da hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus. Para defender o uso da substância, Bolsonaro citou uma conversa que teve com o cardiologista Roberto Kalil Filho. O médico afirmou ao jornal Folha de São Paulo que utilizou a hidroxicloriquina para se tratar e a prescreveu a pacientes com a COVID-19.

Além disso, o presidente afirmou ainda que o governo brasileiro receberá até amanhã matéria-prima para a produção de mais hidroxicloroquina em acordo comercial com a Índia. “Agradeço ao primeiro-ministro Narendra Modi e ao povo indiano por essa ajuda tão oportuna ao povo brasileiro”, disse.

POLÊMICA

Anteriormente, os potenciais efeitos colaterais cardíacos da hidroxicloroquina foram destacados pela Clínica Mayo, organização sem fins lucrativos da área de serviços médicos e de pesquisas médico-hospitalares, no fim de março. Um artigo publicado pelos médicos residentes revela que o medicamento tem o potencial de levar à morte súbita cardíaca em alguns pacientes.

A Mayo Clinic explicou no decorrer do artigo que a hidroxicloroquina bloqueia um dos canais que controlam os sistemas de recarga elétrica do coração. “Essa interferência aumenta a possibilidade do ritmo cardíaco degenerar em batimentos erráticos perigosos, resultando em morte cardíaca súbita”.

Michael J. Ackerman, cardiologista genético da organização, afirmou que “identificar corretamente quais pacientes são mais suscetíveis a esse efeito colateral é importante para neutralizar essa ameaça”.

* Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Alves


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