(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Mais um primeiro-ministro iraquiano designado desiste de formar governo


postado em 09/04/2020 07:37

O presidente do Iraque, Barham Saleh, anunciou nesta quinta-feira (9) que encarregou o chefe da Inteligência Mustafa al-Kazimi para formar um governo, depois que o ex-governador de Najaf, Adnane Zorfi, desistiu da tarefa, forçado por um raro consenso político.

Kazimi, que foi aceito antes mesmo de sua nomeação por quase todos os partidos políticos, foi visto por muito tempo como o homem dos norte-americanos no Iraque, antes de estreitar relações com o grande inimigo de Washington, Teerã, a principal potência ativa no Iraque.

Há vários dias, as reuniões políticas se multiplicam. Na semana passada, o general iraniano Esmaïl Qaani, emissário encarregado dos assuntos iraquianos desde o assassinato pelos Estados Unidos do general Qassem Soleimani no início de janeiro, deslocou-se para Bagdá, a fim de se reunir com os líderes partidários e discutir um substituto para Zorfi.

E, na quarta-feira (8), os dois principais partidos curdos anunciaram que, se este último se retirasse, seu apoio a Kazimi já estava garantido.

Prova desse consenso, nesta quinta-feira, durante a cerimônia oficial de designação no palácio presidencial, a maioria dos principais políticos do país estava presente, o que não foi o caso nas nomeações anteriores ao cargo de primeiro-ministro.

Forçado à renúncia sem sequer ter sido capaz de convocar o Parlamento para um voto de confiança ou de apresentar uma lista de ministros, Zorfi havia sido designado em 17 de março.

Ele só teve tempo para uma coletiva de imprensa para detalhar um programa que deveria tirar o país da crise, onde o novo coronavírus já infectou mais de 1.200 pessoas e reduziu pela metade o preço do barril de petróleo e, por consequência, o orçamento do Estado.

Antes dele, Mohammed Allawi havia fracassado, após 30 dias constitucionais, em obter um quorum para um voto de confiança no Parlamento.

O primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi anunciou sua demissão em dezembro, num momento em que o país vivia uma revolta popular sem precedentes desde 1º de outubro, que o mergulhou em uma crise social e política inédita.

O movimento de protesto foi suspenso pela pandemia global da COVID-19, mas, na Praça Tahrir, em Bagdá, seu epicentro, dezenas de manifestantes continuam acampando, apesar do toque de recolher total decretado no país até 19 de abril.

Kazimi tem agora 30 dias para apresentar um gabinete ao Parlamento - as modalidades de reunião sob toque de recolher ainda não foram determinadas.

O futuro governo terá, em primeiro lugar, que adotar o orçamento para 2020, ainda não votado, em um contexto de queda histórica nos preços do petróleo - a única fonte de moeda estrangeira no país, segundo produtor da OPEP.

Também terá que tentar tranquilizar uma população preocupada com o colapso total de um sistema de saúde já em frangalhos em um país onde a COVID-19 matou 69 pessoas e onde medicamentos, hospitais e médicos estão em falta há muito tempo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)