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Estado de Minas

Aldeias da Cisjordânia se protegem com barreiras contra a pandemia


postado em 07/04/2020 13:55

Com a máscara no rosto e um colete laranja fluorescente, Moayad Samha segura um termômetro próximo à testa de um motorista. Esse palestino não é policial nem socorrista, mas um voluntário em um dos muitos postos de controle improvisados que bloqueiam a entrada das aldeias na Cisjordânia.

Na tentativa de impedir a propagação do novo coronavírus, que infectou cerca de 250 pessoas no território, as autoridades palestinas impuseram o confinamento durante várias semanas.

No entanto, devido aos orçamentos limitados e restrições impostas por Israel, que ocupa esse território desde 1967, a polícia palestina não pode monitorar efetivamente o cumprimento do regime de confinamento.

Então, os cidadãos decidiram se encarregar do assunto. Todos os motoristas são parados na entrada de Ein Yabrud, povoado no centro da Cisjordânia.

Cinco voluntários, entre eles Moayad Samha, verificam seus documentos pessoais e do veículo. Os motoristas que chegam de locais em que tenham sido detectados muitos casos de coronavírus não avançam mais. Os outros são submetidos a medir a temperatura.

Até o momento, não se foi detectado nenhum caso em Ein Yabrud, mas houve vários na aldeia vizinha de Dair Jarir.

- Acesso limitado -

As autoridades aprovam essas iniciativas cidadãs, importantes para combater a propagação da pandemia, de acordo com um porta-voz do Ministério do Interior palestino.

A polícia palestina não pode acessar muitas áreas rurais sem consultar as autoridades israelenses, que nem sempre concedem as autorizações necessárias.

Em conformidade com os acordos de Oslo assinados nos anos noventa, a autoridade Palestina administra as grandes cidades da Cisjordânia, mas 60% deste território, ou seja, a maior parte das aldeias, permanece sob controle israelense.

No entanto, nos últimos dias surgiram novos casos de contaminação em aldeias e campos de refugiados longe das principais cidades, diz Mohamed Hawih, que supervisiona o posto de controle.

- Trabalhadores de Israel -

Na aldeia de Dura Al Qara, próximo a Ein Yabrud, os voluntários procuram possíveis trabalhadores palestinos vindos de Israel, porque milhares deles retornaram à Cisjordânia nos últimos dias e devem permanecer em quarentena em suas casas.

Com mais de 9.000 contágios registrados oficialmente em Israel, muitos palestinos temem que o retorno destes trabalhadores seja sinônimo de uma aceleração da propagação do vírus no território.

Em Ein Yabrud, Mohamed Hawih garante que esses novos controles não criam tensões com os motoristas detidos. Com o objetivo de reforçar a proteção de todos contra o vírus, são chamadas de "barreiras do amor".


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