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Estado de Minas

Dominic Raab, o chefe da diplomacia britânica que sustitui Boris Johnson


postado em 06/04/2020 18:43

O ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, que substituirá Boris Johnson internado em terapia intensiva por Covid-19, é um liberal que surgiu na ala mais à direita do Partido Conservador e que agora assume a liderança do governo em meio à crise provocada pela pandemia.

Advogado eurocético, Raab foi uma das figuras mais proeminentes do processo caótico e divisivo do Brexit, finalmente realizado por Johnson no final de janeiro, graças a uma esmagadora maioria parlamentar alcançada nas eleições de dezembro.

Raab, de 46 anos, chegou ao governo conservador pelas mãos de Theresa May, que em julho de 2018 o incumbiu de administrar a difícil saída da Grã-Bretanha da União Europeia após a renúncia do ex-ministro do Brexit David Davis, seu ex-mentor.

No entanto, quatro meses depois, esse fã de karatê - uma modalidade esportiva na qual tem faixa preta - e boxe, acerou um duro golpe na ex-primeira-ministra, quando também deixou o cargo.

"Você precisa de um ministro do Brexit que possa defender o acordo com convicção", escreveu em sua carta de demissão, referindo-se ao texto negociado com Bruxelas, que para eurocéticos como ele era uma rendição à UE.

- 'Duro e sensato' -

Filho de um judeu checo que chegou à Grã-Bretanha em 1938 aos 6 anos como refugiado, Raab é casado com Erika Rey-Raab, uma brasileira executiva de marketing com quem tem dois filhos, Peter e Joshua.

Seu pai morreu de câncer quando Dominic tinha 12 anos e sua mãe o criou na Igreja Anglicana.

Estudou direito na Universidade de Oxford e depois obteve um mestrado na Universidade de Cambridge.

Foi advogado internacional no escritório de advocacia de Londres Linklaters, antes de ingressar no Foreign Office (chancelaria britânica) em 2000 como consultor.

Em 2003, foi designado para Haia para liderar uma equipe do Ministério das Relações Exteriores na área dedicada a levar criminosos de guerra à justiça, incluindo o sérvio Slobodan Milosevic, o sérvio-bósnio Radovan Karadzic e o liberiano Charles Taylor.

De 2006 a 2008, trabalhou como chefe de gabinete de Davis quando era porta-voz do Interior no Partido Conservador de May, então na oposição.

Davis, reservista das forças especiais, disse que o contratou em parte por sua disciplina de atleta.

"Dominic é muito leal", disse em 2014, de acordo com o Sunday Times, "é muito duro e sensato. Ele não é intimidado, é claro em pensamentos. Você não pode intimidá-lo", acrescentou.

Raab entrou no Parlamento em 2010, ocupando a sede do distrito eleitoral altamente conservador de Esher e Walton, no sudoeste de Londres, e um ano depois foi eleito o melhor novo deputado nos prêmios políticos da revista The Spectator.

Em 2015, foi nomeado Secretário de Estado das Liberdades Civis, mas perdeu a posição com a renúncia de David Cameron devido ao resultado do referendo de 2016 na UE, no qual o jovem político fez campanha pelo Brexit.

Em 2017, May o levou para cargos secundários no governo e em julho o promoveu para uma das posições mais temidas em Londres, ministro do Brexit.

Essa intensa experiência profissional fez dele um dos candidatos contemplados para um dia suceder a enfraquecida May como líder do Partido Conservador Britânico e talvez primeiro-ministro.

Agora, chega ao poder, ainda que provisoriamente, pressionado pelo novo coronavírus que levou Johnson a ser internado em terapia intensiva.


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