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Estado de Minas

Crise por COVID-19 se aprofunda em EUA e Reino Unido, mas Europa tem esperança


postado em 03/04/2020 21:25

A Europa começou a vislumbrar nesta sexta-feira (3) uma tímida luz de esperança, graças à sutil desaceleração na propagação do novo coronavírus, que já deixou mais de 40 mil mortos no velho continente, enquanto os Estados Unidos e o Reino Unido enfrentavam uma explosão de casos da doença.

A pandemia também aprofundava os desastres em países em guerra.

Depois de quase 1.200 mortes em 24 horas, uma cifra sem precedentes nesta pandemia que começou em dezembro na China, os americanos se preparam para o pior, construindo hospitais de campanha de Los Angeles a Miami e Nova York, com milhares de leitos adicionais de cuidados intensivos.

O mesmo acontece no Reino Unido, onde nesta sexta-feira foi inaugurado em Londres um grande hospital de campanha com capacidade de 4.000 leitos.

A ameaça é tamanha que a rainha Elizabeth II, de 93 anos, discursará à nação no domingo, a quarta vez que o fará em 68 anos de reinado.

- Esperança -

A COVID-19 já matou mais de 40.000 pessoas na Europa, mais de três quartos em Itália, Espanha e França, segundo balanço da AFP.

A única esperança é uma desaceleração na propagação do vírus, depois de semanas de um confinamento quase generalizado.

"Estamos esperando ver a luz no fim do túnel", afirma o enfermeiro italiano Paolo Miranda, que relata em sua conta no Instagram a luta contra a pandemia no hospital onde trabalha em Cremona, norte da Itália.

O vírus, que matou 14.700 pessoas até hoje no país, o mais castigado pela pandemia, continua, mas confirma uma desaceleração que começou há cerca de uma semana, com um aumento de apenas 4% dos casos.

A esperança está na redução da taxa de contágios e hospitalizações, segundo as autoridades.

Na Alemanha, as medidas restritivas também começam a surtir efeito, segundo o governo. As cifras dão "esperança", mas mesmo assim é "cedo demais" para suavizar as medidas, explicou a chanceler Angela Merkel.

As medidas restritivas devem ser mantidas, asseguram as autoridades sanitárias.

Metade da humanidade está sujeita agora a medidas de contenção, às vezes muito estritas, com catastróficas consequências econômicas e sociais.

- Contenção reforçada -

Depois da Rússia, que na quinta-feira prorrogou as medidas de contenção por mais um mês, a Turquia endureceu nesta sexta-feira as restrições, fechando mais de 30 cidades, inclusive Istambul e Ancara, ao tráfego de automóveis durante 15 dias, e estendeu aos jovens o estrito confinamento já imposto aos maiores de 65 anos.

"Em todo o nosso país, as pessoas menores de 20 anos não serão mais permitidas sair à noite", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Segundo o último balanço da AFP, mais de um milhão de pessoas em todo o mundo se contagiaram com a COVID-19, embora esta cifra seja parte dos casos, pois um grande número de países só fazem exames nos casos graves.

Somando mais da metade das 57.000 mortes em todo o mundo, a Europa permanece o continente mais afetado.

O Reino Unido, cujo governo foi criticado pela gestão da crise, registrou nesta sexta um recorde de 684 mortes em 24 horas e agora tem mais de 3.600 mortos.

- Novo epicentro -

Mas os Estados Unidos estão se tornando rapidamente o novo epicentro da pandemia.

Em 24 horas, foram registradas 1.169 mortes, um grande número com relação ao dia anterior (884) e a cifra diária mais alta já registrada em um único país.

O vírus já matou quase 7.000 pessoas nos Estados Unidos e a Casa Branca estima que vá matar entre 100.000 e 240.000 no país.

Em Nova York, os pedestres usavam máscaras nesta sexta-feira, às vezes artesanais ou improvisaram com echarpes ou lenços, depois que o prefeito Bill de Blasio recomendou que cobrissem o rosto para conter a propagação do vírus.

Os cientistas do governo Trump agora acreditam que o novo coronavírus provavelmente seja transmitido pelas pessoas ao falar e respirar, e não apenas quando tossem ou espirram.

Mas esta mudança brusca das autoridades, que passaram semanas dissuadindo o público a usar máscaras, desanimou outros.

"Continuo ouvindo mensagens contraditórias", disse um pedestre, Adam Alvaro. Pouco menos da metade dos transeuntes adotaram a ordem em Manhattan, segundo jornalistas da AFP.

- O pior está por vir -

O secretário-geral da ONU, António Guterres, assegura que "o pior está por vir" em países em conflito.

Ele afirmou que a COVID-19 está chegando agora a todos os locais em conflito, como Síria, Ucrânia, Líbia, Iêmen, Mianmar e Colômbia.

A China, onde o surto se originou, fará três minutos de silêncio no sábado às 02H00 GMT (23h de sexta, hora de Brasília) para homenagear os que perderam a vida na pandemia.

A drástica quarentena começou a ser suspensa: o tráfego retorna e as lojas voltam a abrir as portas, mas a população se mantém em alerta.

- Profunda recessão -

Em todo o mundo, as economias e os trabalhadores são vítimas colaterais do vírus.

A atividade do setor privado na eurozona caiu a um mínimo histórico em março, segundo a empresa de informações econômicas Markit.

O desemprego está aumentando em todas as regiões. A Espanha registrou mais de 300.000 novas solicitações de seguro desemprego em março.

Nos Estados Unidos, 6,6 milhões de pessoas adicionais pediram auxílio desemprego na semana passada, o dobro da cifra já registrada na semana anterior. E a taxa de desemprego aumentou para 4,4% em março, um nível recorde em mais de dez anos.

A América Latina, por sua vez, está entrando em um período de "profunda recessão" econômica, anunciou nesta sexta uma agência especializada das Nações Unidas.

Na cidade equatoriana de Guayaquil, a saturação dos serviços funerários levou a que os mortos fossem transportados pelas famílias em carros particulares ou permanecessem durante horas nas casas.

Em Buenos Aires, os idosos faziam longas filas em frente aos bancos no primeiro dia de atendimento ao público exclusivo desde que se decretou em 20 de março o isolamento social obrigatório pelo novo coronavírus.


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