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Estado de Minas

Apesar do coronavírus, doentes devem continuam seus tratamentos


postado em 01/04/2020 11:55

Os pacientes que sofrem de doenças crônicas devem manter seus tratamentos apesar da pandemia de coronavírus - insistem as autoridades de saúde, que também alertam para a importância da vacinação durante esse período.

"Esta semana, o serviço (de pneumologia) não recebeu nenhum de seus pacientes regulares: as pessoas têm tanto medo que não aparecem. Mas elas não podem desaparecer assim", explica Béthsabée Garel, do hospital Cochin de Paris.

No momento, essa dermatologista reforça este serviço na linha de frente contra condições respiratórias relacionadas ao coronavírus.

Ao mesmo tempo, mantém consultas em seu departamento de câncer dermatológico. "Mas não acho que as pessoas mais velhas apareçam. É uma pena", diz.

Alguns temem ir ao hospital e encontrar dezenas de pacientes infectados com o coronavírus. Outros não se atrevem a entrar em contato com os médicos, os quais imaginam estarem sobrecarregados da pandemia.

Para Patrick (nome fictício), que tinha uma consulta de controle pós-operatório, pesam as duas coisas. Ele ficou surpreso quando sua clínica confirmou seu exame no dia anterior.

"Achava que teriam coisas mais importantes para fazer. De qualquer forma, não faria uma ressonância magnética. Como ter certeza de que desinfectam a máquina após cada paciente?", disse à AFP.

- Menos acidentes e infartos -

Além da COVID-19, "as outras patologias ainda estão em nosso radar", esclarece o dr. Elie Azoulay, do Hospital Saint-Louis de Paris. "Reservamos leitos (para esses pacientes), mas eles não vêm", acrescenta.

Tendo vivido uma situação semelhante durante os anos da grande epidemia de aids, Azoulay tem certeza de que "muitos não vêm por medo de serem infectados. Há também aqueles que não vêm visitar seus entes queridos por esse motivo".

Ao mesmo tempo, o confinamento imposto em muitos países como a França também reduziu o número de "acidentes de trânsito. E as pessoas fazem menos esforço. Por isso, temos menos ataques cardíacos e cardiovasculares".

No leste da França, por exemplo, uma das regiões mais afetadas pela pandemia de coronavírus, "a atividade no departamento de emergência caiu seis vezes", relata o médico Marc Noizet, chefe do setor de emergência do Hospital de Mulhouse, embora saturado pela COVID-19.

"É incrível. Também temos menos apendicite, menos oclusões (intestinais)...", descreve.

"Embolia pulmonar, flebite, peritonite não cessam, devido ao vírus", reforça Christian Lehmann, clínico-geral na região de Paris.

"Mesmo em tempos de crise, os cuidados básicos devem continuar: bebês nascem, vacinas precisam ser dadas, e as pessoas ainda precisam de tratamentos vitais", afirmou na segunda-feira (30) o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

- Ameaça para os mais frágeis -

Uma situação semelhante ocorreu com a epidemia de ebola na África Ocidental em 2014: os pacientes fugiam das clínicas, e as maternidades ficaram desertas.

A OMS recomenda que, enquanto se espera uma vacina contra a COVID-19, "é necessário garantir que as pessoas se protejam contra doenças", para as quais existe uma.

Um boom no número de casos de outras doenças "seria uma catástrofe para as comunidades afetadas pela COVID-19", explica a dra. Katherine O'Brien, diretora de vacinação e de imunização da OMS, que cita como exemplo as 6.000 mortes por sarampo na República Democrática do Congo (RDC) durante a epidemia de eboFnla.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) publicou a mesma recomendação: "As crianças das famílias mais pobres dos países afetados por conflitos e desastres naturais são as mais expostas" a esse perigo, disse sua diretora, Henrietta Fore, "preocupada" especialmente com Afeganistão, RDC, Somália, Síria e Sudão do Sul.


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