A diretora da Organização Pan-americana da Saúde (Opas) advertiu nesta terça-feira (31) que é "prudente" que as medidas restritivas para deter a propagação do novo coronavírus sejam implementadas por até três meses.
"Com base na experiência de outros países, parece um plano prudente a implementação de medidas durante pelo menos dois a três meses", disse Carissa Etienne, diretora do organismo regional para as Américas.
Em um momento em que a epidemia já deixou 40.000 mortos em todo o mundo e avança na região, vários países adotaram medidas de confinamento.
"Este tipo de medidas podem parecer drásticas, mas são a única forma de impedir que os hospitais fiquem superlotados", explicou a alta funcionária.
Etienne defendeu medidas como o isolamento social - que têm custos para economias frágeis como as da América Latina -, pois sem estas restrições, os serviços de saúde poderiam ficar sobrecarregados.
A diretora da Opas se referiu também à realidade heterogênea da região e à fragmentação dos sistemas dentro dos países onde convivem estruturas privadas e públicas.
Com relação aos desafios enfrentados na América Latina e no Caribe, a especialista destacou que um deles é a falta de equipamentos de proteção para o pessoal médico.
A organização distribuiu insumos para muitos países, mas sustentou que precisa poder "entrar no mercado para ter acesso a estas ferramentas".
Etienne destacou que é um dever dos países proteger o pessoal sanitário.
"Vão estar na linha de frente desta batalha", sentenciou.