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Estado de Minas COVID-19

Novo balanço da pandemia de coronavírus supera 40 mil mortos e 800 mil infectados em todo o mundo

Quase metade da humanidade está confinada, em meio ao risco de uma recessão sem precedentes


postado em 31/03/2020 14:31 / atualizado em 31/03/2020 15:03

O balanço da pandemia do novo coronavírus superou nesta terça-feira 40 mil mortos e 800 mil infectados, em uma escalada que deixou quase metade da humanidade confinada, em meio ao risco de uma recessão sem precedentes.


A COVID-19 já provocou mais de 40 mil mortes, três quartos delas na Europa, uma estatística sombria, liderada pela Itália, com 11 mil mortos; Espanha, com 8,2 mil; e França, com mais de 3 mil, cifra semelhante a dos Estados Unidos e da qual o Irã se aproxima.


O número de mortos voltou a crescer na Espanha hoje, com 849, apesar de o país ter aplicado um dos confinamentos mais rígidos da Europa, paralisando todas as atividades econômicas não essenciais e proibindo até funerais, como a Itália já havia determinado.


Em termos percentuais, o crescimento da mortalidade mantém a paulatina desaceleração, passando de +12,4 a 11,6% diário, mas o volume de contágios registrou alta pela primeira vez em seis dias, de 8,1 a 10,8%.


"A tendência geral permanece", disse a médica María José Sierra, do Centro de Emergências Sanitárias. Os pacientes recuperados também registraram aumento, de 16.780 a 19.259, de acordo com os números do Ministério da Saúde.


- Hospitais saturados -


Os hospitais espanhóis, sobretudo em Madri e Catalunha, estão lotados. "Começam a faltar sedativos", contou à AFP Nuria Martínez, médica na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital 'Puerta de Hierro' de Madri. "Estamos começando a restringir o acesso à UTI. Pessoas com mais de 80 anos não são internadas na UTI", lamentou.


A mesma desaceleração percentual é observada na Itália, que registra quase 102 mil casos, em meio a graves dificuldades pela saturação dos hospitais. O país espere alcançar o pico da pandemia em sete ou 10 dias, de acordo com autoridades de saúde, e o confinamento de seus 60 milhões de habitantes foi prorrogado até 12 de abril.


"As medidas estão dando resultados", afirmou Silvio Brusaferro, diretor do Instituto Superior de Saúde (ISS). A Itália respeitou nesta terça-feira um minuto de silêncio em memória das vítimas.


Segundo um estudo da Imperial College de Londres, as medidas de confinamento aplicadas em 11 países europeus podem ter salvo 59 mil vidas até hoje.


Nos Estados Unidos, onde há 163 mil infectados, um navio-hospital de 1.000 leitos chegou a Nova York, foco da epidemia no país, para dar um alívio aos congestionados centros médicos da cidade, ao mesmo tempo que o governo instala unidades provisórias de atendimento em um centro de convenções e no Central Park.


- Quem vive e quem morre -


A falta de leitos de UTI e equipamentos de proteção para os exaustos profissionais da saúde é grave em todo o planeta, incluindo nos países mais ricos.


"Se acontece um fluxo grande e você tem um número limitado de respiradores, não consegue ventilar a todos. Então, você tem que começar a escolher", lamentou em Nova York Shamit Patel, médico de 46 anos, que, como colegas de outros países, pode ter que ser obrigado a decidir quem irá salvar.


Diante da pandemia, a ONU e e o Papa Francisco pedem cooperação, trégua e solidariedade. Nesta terça-feira, países europeus anunciaram que entregaram material médico ao Irã, país com quase 3.000 mortes provocadas pela doença, usando um mecanismo que evita as sanções dos Estados Unidos.


Mais de 3,6 bilhões de pessoas, 46,5% da população do planeta, estão confinadas, por obrigação ou por decisão própria, segundo um balanço da AFP.


A maioria deve cumprir um regime de confinamento obrigatório, como na Espanha, Índia, Reino Unido, França, Itália ou muitos estados dos Estados Unidos. Os demais estão submetidos a toques de recolher, vivem em cidades em quarentena ou são aconselhados a permanecer confinados, mas sem medidas coercitivas.


Mas conseguir o respeito ao confinamento é difícil em vários países, em especial na África e América Latina, onde milhões de pessoas vivem em uma economia em crise e em locais superpopulosos, às vezes com escassas condições de higiene.


Na América Latina, com 348 mortes e quase 15.000 infectados, vários países anunciaram a prorrogação das medidas, em uma tentativa de evitar o colapso de seus sistemas de saúde.


No México, que registra mais de mil infectados e 28 mortos, foi declarada emergência sanitária, enquanto o Panamá endureceu o confinamento.


- Recessão econômica -


Neste contexto, o panorama econômico é sombrio. Os ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais dos países do G20 devem organizar nesta terça-feira uma segunda videoconferência, após a promessa na semana passada de uma "frente unida" na luta contra a pandemia, assim como da injeção de cinco trilhões de dólares na economia global para evitar os prognósticos de uma profunda recessão.


A crise causou divisões na União Europeia, onde nove países, incluindo Espanha, França e Itália, defendem a criação de um instrumento de dívida comum emitida por uma instituição europeia chamado "coronabônus", uma ideia que enfrenta a oposição firme da Alemanha e Holanda.


Já o Banco Mundial apresentou uma previsão sombria para a China: em janeiro, a instituição projetava um crescimento de 5,9% para este ano, mas, agora, a estimativa é de 0,1%.


A brusca desaceleração econômica no gigante asiático teria grande influência na região e poderia arrastar 11 milhões de pessoas à pobreza no continente, advertiu o Banco Mundial.



 


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