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Estado de Minas

Com planeta enclausurado, Europa aguarda pico da epidemia


postado em 30/03/2020 14:13

O medo de uma recessão na Alemanha e paralisia nos Estados Unidos pesou sobre as bolsas nesta segunda-feira, enquanto quatro em cada dez habitantes do planeta devem ficar em suas casas na esperança de interromper a progressão da pandemia do COVID-19.

O saldo de 35.905 mortes continua a crescer, principalmente na Europa, que contabiliza 26.076, três quartos concentrados na Espanha e na Itália.

Nesse contexto, nada parece tranquilizar os mercados, que operaram em vermelho nesta segunda-feira, apesar de Wall Street ter aberto com alta.

A economia alemã, o motor da Europa, pode recuar entre 2,8% e 5,4% em 2020, segundo o comitê de especialistas que assessora o governo de Angela Merkel.

"A multiplicação de casos de coronavírus nos Estados Unidos, que parece esgotado pela situação", também é "motivo de preocupação" para os mercados, segundo John Plassard, especialista em investimentos em Mirabaud.

Com pelo menos 140.000 americanos infectados, o presidente Donald Trump parou de minimizar a gravidade do coronavírus.

"Potencialmente 2,2 milhões de pessoas" poderiam ter morrido por causa do coronavírus "se não tivéssemos feito nada", reconheceu o presidente dos EUA no domingo.

De acordo com seu consultor sobre a pandemia, Dr. Anthony Fauci, o novo coronavírus pode causar "entre 100.000 e 200.000" mortes na superpotência mundial, que já registra 2.400 baixas.

O medo de uma recessão americana também atingiu os preços do petróleo. O barril de Brent caiu para US$ 22,58, valores não vistos desde 2002.

Com mais de 3,38 bilhões de pessoas instadas a ficar em casa, cerca de 43% da população mundial, o transporte está praticamente paralisado e a demanda por petróleo também.

O confinamento é difícil de aplicar em muitos países, especialmente na África e na América Latina.

"Estamos dispostos a respeitar a quarentena, mas como a respeitamos se precisamos procurar água três e quatro vezes por dia? Não quero sair de casa, mas como fazemos?" questiona a venezuelana Eva, uma aposentada de 62 anos que sai com uma máscara e luvas de borracha para procurar água em Caracas, em falta em muitos bairros.

As medidas de confinamento às vezes geram incompreensão na África subsaariana, onde grande parte da população vive com menos de dois dólares por dia e depende da economia alternativa para sobreviver.

No Zimbábue, um dos países mais pobres da África, onde a polícia patrulhava ativamente as ruas de Harare para fazer cumprir a ordem de confinamento, os moradores lamentam a suspensão brutal do transporte.

"Não posso alimentar minha família se não trabalhar", diz Most Jawure.

A situação econômica é preocupante para os países em desenvolvimento e os especialistas das Nações Unidas disseram nesta segunda-feira que são necessários US$ 2 trilhões para ajudá-los a lidar com a pandemia.

Segundo os economistas, são necessários um trilhão de dólares em injeção de fundos, outro trilhão em cancelamento de dívidas e 500 bilhões em subsídios para serviços de saúde de emergência e programas de assistência social.

- À espera do pico -

É onde a COVID-19 mais causa danos que o o pico da epidemia é aguardado com muita expectativa.

Os Estados Unidos consideram alcançá-lo em "duas semanas", segundo Trump, enquanto na Europa as autoridades de saúde acreditam que estão próximos. Pelo menos é o que as autoridades deduzem quando veem as tímidas reduções nos saldos diários que começaram a ser registrados há três dias na Espanha e na Itália.

"Em todos os serviços de emergência, há uma redução" nas chegadas de pacientes, diz Giulio Gallera, oficial de saúde da região italiana da Lombardia.

"A tendência com as medidas de isolamento está diminuindo", disse María José Sierra, do centro de saúde, com otimismo incipiente, que substituiu seu chefe Fernando Simón, infectado pelo Covid-19.

Na França, onde mais de 2.600 pessoas morreram, os funcionários de saúde estão esgotados.

"Quando acordo, choro. Durante o café da manhã, choro. Quando me preparo, choro. No vestiário do hospital, enxugo as lágrimas. Inspiro, expiro. As pessoas nas camas choram e sou eu quem precisa enxugar as lágrimas", relatou no Facebook Elisa, uma enfermeira na cidade de Besançons (leste).

Na América Latina, onde 348 mortes foram registradas e quase 15.000 infectadas, vários países anunciaram a extensão das medidas de contenção, na tentativa de achatar a curva no início do surto.

A Argentina estendeu o isolamento social obrigatório até 12 de abril, e a Guatemala também estendeu o toque de recolher parcial até então, enquanto El Salvador o manterá até o dia 13.

As boas notícias foram registradas na Colômbia, onde os guerrilheiros do ELN anunciaram um cessar-fogo de um mês devido à pandemia.


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