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Estado de Minas

Mortos do 'Zaandam' estão 'na consciência' de quem nos rejeitou, diz passageira


postado em 30/03/2020 11:25

Os quatro mortos a bordo do cruzeiro "Zaandam", que cruzou nesta segunda-feira (30) o Canal do Panamá para os Estados Unidos após se ver impedido de atracar em portos sul-americanos pela COVID-19, pesarão na consciência "dos que rejeitaram" nosso desembarque - disse à AFP a americana Laura Gabaroni, evacuada da embarcação no sábado (28).

"Quatro pessoas agora estão mortas, e isso está na consciência de todas as pessoas que nos rejeitaram, ao longo do caminho", afirmou Laura em um áudio.

Ela e o marido estavam a bordo do "Zaandam" e fizeram parte de um grupo de cerca de 400 pessoas levadas para o "Rotterdam". Este navio se deslocou de San Diego, nos Estados Unidos, para ajudar o cruzeiro em alto-mar, fornecendo alimentos, pessoal e kits de teste do novo coronavírus.

O "Zaandam" zarpou de Buenos Aires em 7 de março, com cerca de 1.800 pessoas a bordo, rumo a San Antonio, na costa central do Chile.

Foi forçado a alterar seu trajeto diante das rígidas medidas adotadas pelos governos sul-americanos, devido à expansão da COVID-19. O cruzeiro tentou atracar em vários portos, mas encontrou fronteiras fechadas.

"Do que precisamos mais do que nunca neste momento é de um lugar para atracar, para que os doentes recebam tratamento e as pessoas façam o que têm de fazer para voltar para seus lares e suas vidas", disse Gabaroni.

"Seremos eternamente gratos a qualquer um que possa abrir os portos para nós", insistiu. "Por favor, nos ajudem", clamou.

Agora, atravessa o Canal para seguir sua rota para Fort Lauderdale, na Flórida, embora o prefeito dessa localidade, Dean Trantalis, já tenha rejeitado sua chegada. Segundo ele, "não foram dadas as garantias" sanitárias.

A companhia Holland America Line, responsável pelo "Zaandam", anunciou na sexta-feira (27) a morte de quatro passageiros idosos a bordo, durante a travessia, sem especificar a causa. Outros dois estão infectados pelo novo coronavírus.

De acordo com a empresa, 53 passageiros e 85 tripulantes relataram sintomas de gripe ao centro médico da embarcação.

"Ficamos trancados em um cômodo (...) durante a última semana, com muito poucas oportunidades de sair", completou Laura Gabaroni.

"Estamos tentando nos mantermos ocupados", escrevendo cartas, ou entrando em contato com a família, mas "é muito difícil e sufocante estar trancado sem um desfecho à vista", acrescentou Gabaroni, que mantém a esperança de voltar em breve para casa.


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