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Estado de Minas

EUA corta ajuda ao Afeganistão após fracasso da mediação de Pompeo


postado em 23/03/2020 22:49

Os Estados Unidos cortaram consideravelmente a ajuda ao Afeganistão nesta segunda-feira (23) e confirmaram a retirada gradual de suas tropas após o fracasso do secretário de Estado, Mike Pompeo, em negociar com líderes políticos em Cabul.

Pompeo passou oito horas na capital afegã e depois foi a Doha (Qatar), onde se encontrou pela primeira vez com líderes talibãs para tentar colocar nos trilhos um ameaçado processo de paz.

Três semanas após a assinatura de um acordo histórico de paz entre Washington e os talibãs, essa dupla visita surpresa não ajudou a superar o impasse político, segundo Pompeo, que, no entanto, mencionou alguns "progressos".

Na capital afegã, o chefe da diplomacia americana se reuniu com o presidente Ashraf Ghani e o ex-chefe do Executivo Abdullah Abdullah, que também se proclamou vencedor das eleições presidenciais de 28 de setembro de 2019.

Ele alega que os exortou a fazer concessões para formar um governo de coalizão nacional capaz de negociar com os talibãs.

Mas os dois líderes o informaram "de sua incapacidade de encontrar um acordo sobre um governo inclusivo", afirmou Pompeo

- US$ 1 bilhão a menos-

Por causa desse "fracasso", Washington decidiu cortar a ajuda a Cabul "imediatamente" no valor de 1 bilhão de dólares, disse Pompeo.

"Estamos prontos para cortar mais 1 bilhão em 2021", ameaçou, embora tenha dito que os Estados Unidos poderiam restabelecer a ajuda se a situação mudar.

Os Estados Unidos assinaram um acordo histórico com os talibãs em Doha, após 18 anos de guerra, em 29 de fevereiro, que prevê a retirada gradual ao longo de 14 meses de todas as forças americanas e estrangeiras do Afeganistão, desde que os insurgentes cumpram suas exigências, como garantir a segurança e sentar-se para negociar diretamente com o governo de Cabul.

Essas negociações, que deveriam começar em 10 de março, já foram adiadas, assim como as trocas de prisioneiros entre as duas partes no conflito contemplada no texto, enquanto a violência continua no Afeganistão.

Ao destacar que o governo Donald Trump está determinado a deixar o Afeganistão antes das eleições presidenciais de novembro nos Estados Unidos, Pompeo confirmou que a retirada americana continuava apesar dessas interrupções.

No Catar, o secretário de Estado também se reuniu com "representantes dos talibãs", incluindo o principal negociador Mullah Baradar, "para pressioná-los a cumprir o acordo assinado no mês passado", disse seu porta-voz, Morgan Ortagus.

- Videoconferência Cabul-talibãs -

Esta dupla visita surpresa ocorre um dia depois de o governo afegão e os talibãs se reunirem pela primeira vez - por videoconferência, devido à pandemia da COVID-19 - para discutir os termos das possíveis trocas de prisioneiros, uma etapa crucial no processo de paz.

Outros encontros virtuais estão previstos para superar os bloqueios.

O negociador americano Zalmy Khalilzad tuitou no domingo que era "urgente" concretizar o intercâmbio de prisioneiros, em um momento em que o novo coronavírus piora as condições e complica os intercâmbios diplomáticos.

O acordo, que não foi ratificado por Cabul, prevê a libertação de até 5.000 prisões rebeldes contra 1.000 membros das forças afegãs.

A troca aconteceria em 10 de março, antes da data prevista para o início das negociações sobre o futuro do Afeganistão, mas foi adiada por desavenças entre os dois lados.

O presidente Ghani, contrário a esta medida, propôs, ao contrário, a libertação de 1.500 prisioneiros talibãs antes da abertura das discussões interafegãs e, mais tarde, ao longo de vários meses e se a violência diminuir, dos restantes 3.500.

Os talibãs se opuseram duramente a esta proposta.

Apesar do bloqueio, a partida das tropas americanas já começou, mas se tornou mais lenta devido à pandemia do novo coronavírus, que no Afeganistão afeta por enquanto 40 pessoas e já deixou um morto.

Ao contrário, os talibãs se comprometeram a combater grupos jihadistas como a Al Qaeda.

Os talibãs cessaram os ataques contra as tropas estrangeiras, mas continuam assediando as forças de segurança afegãs.

Aos combates se soma o temor de uma crise sanitária, devido à chegada nas últimas semanas de dezenas de milhares de afegãos provenientes do Irã, um dos países mais afetados pelo novo coronavírus.


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