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Estado de Minas

Itália bate de novo recorde de mortos por coronavírus: 793 em 24 horas

As autoridades italianas anunciaram 6.557 novos casos positivos, outro recorde preocupante


postado em 21/03/2020 15:25 / atualizado em 21/03/2020 15:47

A região de Milão, Lombardia (norte), onde os serviços de saúde estão sobrecarregados, registrou a grande maioria das mortes (546) e metade dos novos casos(foto: AFP)
A região de Milão, Lombardia (norte), onde os serviços de saúde estão sobrecarregados, registrou a grande maioria das mortes (546) e metade dos novos casos (foto: AFP)

A Itália registrou, neste sábado, um novo recorde de mortes em 24 horas, com 793 falecimentos, elevando o número de mortos a 4.825 pela pandemia de coronavírus na península em um mês, segundo dados da Proteção Civil. As autoridades italianas anunciaram 6.557 novos casos positivos, outro recorde preocupante.
A região de Milão, Lombardia (norte), onde os serviços de saúde estão sobrecarregados, registrou a grande maioria das mortes (546) e metade dos novos casos.

Exausta 

A foto foi tirada no hospital Cremona, no norte da península, foco do surto, e a enfermeira é Elena Pagliarini, de 43 anos, que cede ao cansaço depois de um dos turnos mais exaustivos de sua vida(foto: AFP)
A foto foi tirada no hospital Cremona, no norte da península, foco do surto, e a enfermeira é Elena Pagliarini, de 43 anos, que cede ao cansaço depois de um dos turnos mais exaustivos de sua vida (foto: AFP)
Vai entrar na história como uma das imagens mais simbólicas da batalha na Itália contra o coronavírus. Trata-se da foto de uma enfermeira exausta que adormece, usando uma máscara, luvas e uniforme diante de um computador depois de uma noite atendendo os pacientes. 

A foto foi tirada no hospital Cremona, no norte da península, foco do surto, e a enfermeira é Elena Pagliarini, de 43 anos, que cede ao cansaço depois de um dos turnos mais exaustivos de sua vida. "Por um lado, fiquei com vergonha da foto estar circulando por toda parte, mostrando meu lado frágil, mas agora recebo lindas mensagens de pessoas preocupadas com a minha história", confessou a enfermeira após a imagem circular pela internet.

"Posso trabalhar vinte e quatro horas seguidas, se necessário, mas não escondo que, neste momento, o que me aflige é que estamos lutando contra um inimigo que não conhecemos", confessou.

Entrevistada pelo noticiário público RaiTG1, o depoimento da enfermeira comoveu até o repórter, que interrompeu a conversa para se desculpar pela voz embargada.  A foto, tirada alguns dias atrás ao amanhecer, retrata a situação vivida em hospitais no norte da península, com salas de terapia intensiva à beira do colapso. 

Escassez de pessoal


A Itália mobilizou pessoal médico, enfermeiros e assistentes para lidar com a emergência.  "Quando a vi descansar cinco minutos depois de horas correndo de um paciente para outro, tentando ajudar aqueles que tinham febre e insuficiência respiratória, olhei para ela e queria abraçá-la, mas preferi capturar aquele momento de trégua...", disse à televisão Francesca Mangiatordi, médica da emergência que foi a autora da foto.

Como elas, todo o pessoal médico italiano foi mobilizado, apesar de, nos últimos anos, após profundos cortes, já estarem trabalhando em condições adversas, com longos turnos e escassez de pessoal. "Trabalhamos o tempo todo, não temos mais turnos. Não vejo minha família há quase duas semanas porque tenho medo de infectá-los", disse Daniele Macchini, médica de um hospital de Bergamo (norte), no Facebook.

Também na Toscana, mais ao sul, os hospitais também estão começando a sofrer.  De Grossetto, a enfermeira Alessia Bonari publicou sua foto no Instagram com o rosto cheio de hematomas causados pela máscara cirúrgica que ela usa o dia todo. No hospital San Giovanni di Bosco, em Turim (norte), uma equipe de assistência psicológica apoia a equipe médica sob pressão desde quarta-feira. 

"A iniciativa envolve aqueles que trabalham em ressuscitação e primeiros socorros", explicou a psicóloga Monica Agnesone ao jornal La Stampa.  "Mas quem precisar pode aparecer, damos as boas-vindas a todos", explicou, referindo-se aos ritmos exaustivos, pressão e estresse que aumentam entre os profissionais de saúde.  "O medo de cometer erros, de ser infectado, de não poder continuar nessas condições" são as maiores reclamações, explicou a psicóloga.


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