(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

UE fechará suas fronteiras e Trump reconhece risco de recessão por coronavírus

O novo vírus já causou mais de 7 mil mortes no mundo e atinge principalmente agora a Europa, onde o grande aumento no número de infectados levou os países a confinar suas populações


postado em 16/03/2020 20:01 / atualizado em 16/03/2020 20:37

(foto: Brendan Smialowski/AFP)
(foto: Brendan Smialowski/AFP)

A União Europeia anunciou nesta segunda-feira (16) que fechará todas as suas fronteiras durante 30 dias por causa do avanço do novo coronavírus, e nos Estados Unidos o presidente Donald Trump reconheceu o risco de que a pandemia cause uma recessão no país.


O coronavírus, que já deixou mais de 7.000 mortos no mundo, atinge principalmente agora a Europa, onde o grande aumento no número de infectados levou os países a confinar suas populações.


"Estamos em guerra. Uma guerra de saúde, mas o inimigo está aqui", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, cujo país já registrou mais de 5.400 casos de Covid-19 e 127 mortos desde o início da epidemia.


Macron anunciou que a partir da próxima terça-feira, ao meio-dia no horário local, a França exigirá confinamento total de todos os seus cidadãos. Eles só poderão sair às ruas por motivos de extrema necessidade, como forma de frear a propagação do novo coronavírus.


Nesta segunda, os líderes do G-7 prometeram dar uma "resposta contundente" à crise, comprometendo-se a fazer "todo o necessário" para restaurar o crescimento mundial em um contexto de "tragédia humana".


"A pandemia de Covid-19 é uma tragédia humana e uma crise sanitária global, que também traz grandes riscos para a economia mundial", disseram os dirigentes do grupo dos sete países, por meio de comunicado publicado após uma cúpula extraordinária por videoconferência.


Em um momento em que o mundo inteiro se organiza contra a pandemia, o G7 prometeu coordenar "esforços para retardar a propagação do vírus, incluindo medidas adequadas de gestão das fronteiras".


Na Casa Branca, Trump mencionou pela primeira vez a possibilidade de uma recessão nos EUA.


Durante uma coletiva de imprensa, o presidente americano alertou para que mais de 10 pessoas evitem se reunir, como forma de frear a propagação do coronavírus, e disse que a luta contra a pandemia poderia durar até julho ou agosto no país.


A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu aos países nesta segunda que realizem testes "em cada caso suspeito" de coronavírus.


Europa tenta conter o vírus


Na Itália, o país mais afetado da Europa e que superou os 2.150 mortos de um total de quase 28.000 casos, o governo pediu uma coordenação conjunta europeia em termos de saúde e economia.


A Espanha fechou suas fronteiras terrestres. Na Alemanha, controles nas fronteiras entraram em vigor e seus habitantes foram alertados para "ficarem em casa" e a abrirem mão das férias de verão.


A Suíça, por sua vez, decretou estado de emergência, enquanto Portugal proibiu quase "todas as aglomerações e encontros públicos e privados".


O governo britânico pediu para que todos evitassem o contato e o deslocamento "não essencial".


A Espanha é o segundo país europeu mais afetado depois da Itália, e contabiliza 309 mortos e 9.191 casos. Desde o decreto sobre estado de alerta anunciado pelo governo, a população vive confinada e com sérias restrições para o movimento por ao menos 15 dias.


Na próxima terça, ocorrerá uma reunião extraordinária dos 27 dirigentes da União Europeia.


A maioria dos países europeus vai pouco a pouco fechando suas lojas, restaurantes e casas de espetáculos, além de limitar o deslocamento. O trabalho à distância tem sido uma realidade para os que podem aplicá-lo.


A Rússia também fechou suas fronteiras aos estrangeiros.


Segundo o último boletim, no momento há mais mortes fora da China do que no país no qual a pandemia começou. No território chinês, a epidemia deixou 3.213 mortos pela infecção.


Avanço nos EUA e na América Latina


Nos Estados Unidos, o governador do estado de New Jersey, vizinho a Nova York, anunciou nesta segunda um toque de recolher para todos os comércios e deslocamentos não essenciais, a primeira medida desse tipo a nível estadual.


O Canadá proibiu a entrada de estrangeiros.


Na América Latina, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, decretou o confinamento no país, como na cidade de Caracas, a partir desta segunda-feira (16).


A Argentina suspendeu as aulas e fechou as fronteiras até o próximo 31 de março, enquanto a Guatemala registrou o seu primeiro morto. A Colômbia proibiu a entrada de estrangeiros, e o Chile anunciou o fechamento de todas as suas fronteiras a partir da próxima quarta-feira.


Nove países da América Latina entraram em acordo por meio de videoconferência para proteger suas fronteiras e promover compras conjuntas de insumos médicos diante da propagação da infecção na região.


Mercados novamente reagem mal


Na questão econômica, as Bolsas voltaram a viver uma segunda-feira negra, apesar das medidas dos Bancos Centrais.


Wall Street teve um dos piores dias de sua história em meio ao pânico pelo avanço da pandemia. O Dow Jones Industrial Average despencou 12,94%, a maior queda desde outubro de 1987. O tecnológico Nasdaq caiu 12,32%.


Os preços do petróleo caíram ao nível mais baixo em quatro anos. Nos EUA, o WTI para entrega em abril fechou em 28,70 dólares, uma queda de 9,5%. O Brent do mar do Norte recuou 11%, a 30,05 dólares el barril.


A Bolsa de São Paulo fechou com queda de 13,92% e o real se desvalorizou ainda mais em relação dólar, que pela primeira vez ficou acima dos 5 reais. O índice Ibovespa fechou a 71.168 pontos, menor nível desde junho de 2018.


As Bolsas de valores europeias sofreram queda acentuada. Em Madri, o IBEX-35 fechou com forte recuo de 8,27%; em Milão (Itália), o FTSE MIB caiu 6,1%; em Paris, o CAC 40 perdeu 5,75%; Frankfurt, 5,31%; e Londres fechou em baixa de 4,71%.


A União Europeia anunciou uma recessão em 2020, calculada entre 2 a 2,5%, enquanto a China registrou a sua primeira queda na produção industrial em quase 30 anos, e colapso das suas vendas comerciais.


Empresa líder mundial do Turismo, a alemã TUI suspendeu a maior parte das suas atividades. O IAG, grupo proprietário da British Airways e da Iberia, entre outros, prevê uma redução de ao menos 75% dos seus voos entre abril e maio.


A companhia aérea chileno-brasileira LATAM, a maior da América Latina, reduzirá suas operações em cerca de 70%.


A montadora ítalo-americana Fiat Chrysler anunciou nesta segunda a suspensão da produção na maioria de suas fábricas na Europa até 27 de março, enquanto o grupo automobilístico francês PSA anunciou a interrupção das atividades em todas as suas fábricas na Europa ao longo desta semana devido à pandemia.


Na Ásia, a Índia fechará o famoso Taj Mahal. No Oriente Médio, o Irã anunciou nesta segunda o fechamento de quatro importantes lugares santos.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)