Jornal Estado de Minas

Covid-19

Papa sai do Vaticano para rezar pelo fim da pandemia


Na tarde de ontem, o papa Francisco deixou o Vaticano para rezar na basílica de Santa Maria Maior, em Roma. A capital italiana, como o restante do país, está submetida desde a última terça (10) a um confinamento por causa da epidemia de coronavírus. Os moradores não podem sair de casa, a não ser para trabalhar, fazer compras ou ir à farmácia.


 
Mais tarde, o papa caminhou, como em peregrinação, por um trecho da Via del Corso, uma das principais artérias de Roma, que estava vazia, e seguiu a pé, acompanhado por seguranças, até a igreja de São Marcelo al Corso, onde se encontra um crucifixo milagroso que, em 1522, foi levado em procissão pelos bairros da cidade para pôr fim à peste em Roma.
 
O pontífice argentino rezou "pelo fim da pandemia que afeta a Itália e o mundo, e implorou pela cura de muitos doentes", assinalou a Santa Sé. As orações também foram dirigidas "aos trabalhadores da área de saúde, aos médicos, enfermeiras e àqueles que, nestes dias, por seu trabalho, garantiram o funcionamento da sociedade". O papa retornou ao Vaticano às 17h30 locais.
 
A Itália registrou 368 mortes relacionadas ao novo coronavírus em 24 horas, o que eleva o número de vítimas fatais a 1.809 no país, o mais afetado da Europa, segundo um balanço divulgado neste domingo (15) pela Defesa Civil.


 
Como havia ocorrido no sábado, o número de infectados também aumentou, com 3.509 novos casos em 24 horas, elevando o total a quase 25 mil. A região de Milão, na Lombardia (Norte), continua sendo a mais afetada, com 1.218 mortos e 13.272 casos.

CONFINAMENTO As medidas de confinamento entraram em vigor naquela região há uma semana. Em seguida, foram ampliadas a todo o país, o que, segundo o premier Giuseppe Conte, deverá dar resultado em duas semanas.
 
Autoridades da Lombardia expressaram preocupação com a capacidade dos hospitais de lidar com a pandemia. "As cifras seguem aumentando. Em breve, chegaremos ao ponto em que não teremos mais leitos de UTI", afirmou ontem o governador da Lombardia, Attilio Fontana. Cerca de 800 pessoas estão internadas em UTIs na Lombardia.


 
De acordo com Fontana, está sendo habilitado um hospital provisório com 500 leitos de UTI em dois pavilhões da Feira de Milão.
 
O Vaticano anunciou que todas as celebrações litúrgicas da Semana Santa ocorrerão sem a presença de fiéis na praça de São Pedro, para evitar a propagação do coronavírus.
 
Na nota em que anunciou a decisão, o Vaticano informou também que “devido à atual emergência de saúde, até o domingo 12 de abril de 2020, as audiências gerais do Santo Padre e a recitação da Oração Mariana do Angelus dos dias domingo serão transmitidas apenas via streaming". (AFP)

Na França, eleitor deve lavar as mãos e levar sua caneta para votar


Os franceses comparecem às urnas no domingo (15) para eleições municipais, num cenário inédito e em meio a medidas extraordinárias para conter a propagação do coronavírus, que ameaça disparar o índice de abstenção.


 
Apesar de determinar o fechamento de escolas, restaurantes e estabelecimentos comerciais não indispensáveis, a França decidiu, contra todos os prognósticos, manter as eleições municipais para "assegurar a continuidade da vida democrática e das instituições".
 
"Não há nada que impeça os franceses, inclusive os mais vulneráveis, de comparecer às urnas", declarou o presidente Emmanuel Macron, que afirmou ter consultado cientistas sobre o tema. As autoridades do país, que registra 127 mortos e 5.423 infectados, adotaram uma série de normas para as eleições.
 
Antes de entrar no local de votação, os eleitores devem higienizar as mãos. Todos os cidadãos receberam a recomendação de levar a própria caneta até a cabine. Os eleitores devem manter uma distância de segurança de um metro entre eles durante cada etapa do voto. Os mesários receberam álcool gel e luvas para sua proteção.


 
Mas ainda não é possível saber se essas medidas terão sido suficientes para convencer os quase 48 milhões de eleitores a sair de casa. Em períodos normais, as eleições municipais atraem cada vez menos franceses (63,5% de participação em 2014). Uma pesquisa mostrou que um terço da população considerava um "risco elevado" votar neste domingo.
 
O imunologista Jean-Francois Delfraissy, presidente do Conselho Científico sobre o coronavírus na França, disse  que o risco de votar não é maior que o de "fazer compras".
 
O segundo turno da eleição está previsto para o próximo domingo (22) e cercado de incerteza, sobretudo quando se leva em consideração a rápida propagação da epidemia no país, onde número de casos dobrou nas últimas 72 horas.

LUPA No plano político, os resultados dos candidatos do partido do presidente Macron, A República Em Marcha (LREM), que não existia nas municipais de 2014, serão observados com lupa.
 
Após dois meses de manifestações e greves nos transportes, a crise dos "coletes amarelos" e o escândalo sexual que obrigou o candidato de Macron, Benjamin Griveaux, a desistir da disputa pela prefeitura de Paris, as previsões não são boas para o partido presidencial.


 
Na capital, a ex-ministra da Saúde Agnès Buzyn, que substituiu no último minuto Griveaux, aparece em terceiro lugar nas pesquisas, atrás da ex-ministra da Justiça de Nicolas Sarkozy, a conservadora Rachida Dati, e da atual prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo, empatadas na liderança.
 
Em Marselha, segunda maior cidade da França, o macronista Yvon Berland não supera 10% das intenções de voto. Até mesmo o primeiro-ministro Edouard Philippe, candidato à prefeitura de Le Havre, seu reduto eleitoral, não tem a vitória assegurada, o que colocaria em risco seu cargo como chefe de Governo. (AFP)