O governo brasileiro determinou a saída de todos os seus diplomatas e funcionários do serviço exterior na Venezuela, ao mesmo tempo em que notificou o governo de Nicolás Maduro a retirar todos os seus representantes em território brasileiro, informaram nesta quinta-feira (5) fontes do governo à AFP.
"Todos os funcionários do serviço exterior brasileiro foram retirados. Não restará ninguém em toda a Venezuela", informou a fonte, depois de publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial a retirada de quatro diplomatas e uma dezena de funcionários de sua embaixada e seus consulados na Venezuela.
O Brasil integra o grupo de cerca de 50 países que consideram ilegítimo o governo de Maduro e reconhecem o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino.
O governo brasileiro também reconhece a embaixadora designada por Guidó no Brasil, María Teresa Belandria.
Leia Mais
Entra em vigor acordo entre Rússia e Turquia de cessar-fogo na SíriaBrasil retira 'todos' os diplomatas e funcionários da VenezuelaHarvey Weinstein levado para a violenta prisão de Rikers após operação cardíacaO próximo veículo da Nasa para explorar Marte se chamará PerseveranceEmpresas de Seattle incentivam home office por coronavírusEntre os diplomatas envolvidos estão o chefe da embaixada em Caracas, Rodolfo Braga, e a cônsul-geral na capital venezuelana, Elza Moreira Marcelino de Castro.
O Itamaraty também determinou a saída de onze funcionários, incluindo seis da embaixada e do consulado da capital.
A data da saída do pessoal não foi revelada, mas segundo a imprensa brasileira, o processo de saída deve durar dois meses.
A medida foi acompanhada de uma notificação ao governo Maduro, qualificado de "ditadura" pelo presidente Jair Bolsonaro, para que retire os diplomatas venezuelanos do Brasil.
Ao menos 10 mil brasileiros vivem no território venezuelano, onde dependem do serviço consular brasileiro para a emissão de documentos.
Segundo um funcionário do Itamaraty, "ainda está em análise como o governo brasileiro prestará assistência consultar" a estes cidadãos.
Nas últimas semanas, Maduro acusou Bolsonaro de arrastar das Forças Armadas do Brasil "para um conflito armado contra a Venezuela", e realizou exercícios militares em meados de fevereiro.
O líder chavista se referia ao ataque realizado por militares desertores contra um destacamento da Força Armada venezuelana no estado de Bolívar, na fronteira com o Brasil, no dia 22 de dezembro. Após o incidente, cinco militares venezuelanos pediram refúgio no Brasil.
Bolsonaro reagiu à acusação dizendo não ter "tempo" para as acusações de Maduro e o Itamaraty disse que não comentaria "declarações de um governo ditatorial".
O anúncio desta quinta-feira ocorre dois dias antes da viagem de Bolsonaro a Miami e Dallas, onde vai buscar mais investimentos para o Brasil.
Bolsonaro é um declarado admirador do presidente americano, Donald Trump, e apoia a pressão dos EUA para a saída de Maduro do poder.