Jornal Estado de Minas

Centro Simón Wiesenthal revela lista de 12 mil nazistas que atuaram na Argentina

Uma lista com os nomes de 12 mil nazistas que atuaram na Argentina foi divulgada nesta terça-feira pelo centro Simón Wiesenthal, cuja missão é encontrar criminosos da II Guerra Mundial.

"Muitos dos nazistas abriram uma ou mais contas bancárias no Schweizerische Kreditanstalt, que se tornou o Banco Credit Suisse, com sede em Zurique", informou a entidade em um comunicado à imprensa.



Dezenas de autoridades responsáveis pelo Holocausto e pelo extermínio nos campos de concentração, entre eles Josef Mengele e Adolf Eichmann, foram localizados como refugiados na Argentina, em sua maioria com identidades falsas para despistar os investigadores.

"Durante a década de 1930, o regime militar pró-nazista do presidente José Félix Uriburu, chamado de 'Von Pepe', e do seu sucessor Agustín Pedro Justo, acolheu uma crescente presença nazista na Argentina", ressaltou Wiesenthal.

"As organizações nazistas incluíam desde empresas alemãs como a IG Farben (que fornecia o gás Zyklon-B, utilizado para exterminar judeus e outras vítimas do nazismo), até órgãos financeiros como o Banco Alemão Transatlântico e o Banco Germânico da América do Sul", segundo a instituição.

O Centro Wiesenthal disse que "esses dois últimos bancos aparentemente serviram para a realização das transferências nazistas à Suíça", contou Shimon Samuels, um dos diretores da organização.

"Muitos dos nomes da lista estavam relacionados com empresas pró-nazistas incluídas na Lista de Bens Interditados pelos EUA e o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial".

Grupos argentinos pró-nazistas tentaram sumir com as provas dessas atividades ao queimar arquivos.

No entanto, o investigador argentino Pedro Filipuzzi descobriu uma cópia original da lista de 12 mil nomes em um velho depósito de Buenos Aires, em seguida compartilhando com o Centro Wiesenthal.