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Estado de Minas SEGUNDA GUERRA

Caem segredos de Pio XII


postado em 03/03/2020 04:00

Os historiadores começaram ontem a investigar os arquivos do pontificado do papa Pio XII (1939-1958), acusado de permanecer calado durante o extermínio de seis milhões de judeus pelo regime nazista da Alemanha hitlerista.

Os passes para ter o direito de se instalar em uma das pequenas salas de estudo dos arquivos do Vaticano já foram distribuídos. Mais de 200 pesquisadores se inscreveram para este evento histórico. Há milhões de documentos a serem examinados.

Membro da equipe de assistentes do professor de História Religiosa Hubert Wolf, especialista em Pio XII e na Era Nazista, o pesquisador alemão Sascha Hinkel conta com cinco anos de trabalho para tentar encontrar respostas para suas perguntas. Mas "os arquivos do pontificado ocuparão os historiadores por pelo menos 20 anos", prevê.

"Para milhões de pessoas, católicas e judias, esses arquivos são de enorme interesse humanitário", explica Suzanne Brown-Fleming, diretora de programas internacionais do Museu Memorial do Holocausto, dos Estados Unidos, que programava uma exploração mínima de três meses.

Historiadores de todo o mundo tentarão entender melhor a personalidade desse papa italiano cauteloso e de língua alemã (foi núncio apostólico na Alemanha por 12 anos), confinado atrás dos muros do Vaticano durante a Segunda Guerra Mundial pelos nazistas, depois pelos fascistas italianos. "A Igreja não tem medo da história", afirmou o papa Francisco ao decidir há um ano abrir os cobiçados arquivos.

Considerado culpado por seus detratores por seu silêncio público sobre o extermínio dos judeus nos campos de concentração, apoiado por seus admiradores que afirmam que a Igreja escondeu pelo menos 4 mil judeus romanos e protegeu os católicos europeus, as pesquisas dirão como Pio XII será finalmente visto.|

O papa, um aristocrata romano, "nunca levantou a voz e duvido que os documentos possam contradizer isso", estima a historiadora italiana Ana Foa, referindo-se à sua atitude "muito diplomática e tradicional" com os alemães.

"Durante a guerra, ele pensava que seu dever era salvar vidas, mas não condenar ideologias", resume a professora aposentada. "Pio XII era um produto de seu tempo, não era particularmente antijudeu, mas não negou a história antijudaica da Igreja."


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