O enviado da ONU para a Líbia, Ghassan Salamé, anunciou nesta segunda-feira (2) em sua conta pessoal no Twitter sua demissão por "motivos de saúde", após quase três anos no cargo.
"Devo admitir que minha saúde não me permite mais sofrer tanto estresse, por isso pedi ao secretário-geral (da ONU) que me dispensasse de meus deveres", escreveu.
Uma fonte próxima a Salamé confirmou à AFP a autenticidade do anúncio, sem dar mais detalhes.
"Tentei unir os líbios e restringir a interferência estrangeira" neste país, acrescentou o diplomata libanês que desejava "paz e estabilidade" na Líbia.
Salamé foi nomeado em 22 de junho de 2017 pelo secretário-geral da ONU Antonio Guterres como seu novo representante especial e chefe da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (Manul), sucedendo o alemão Martin Kobler.
Desde 2015, duas autoridades rivais disputam o poder na Líbia: o Governo de União Nacional (GNA), reconhecido pela ONU e com sede em Trípoli, e um poder encarnado pelo marechal Khalifa Haftar no leste.
Uma trégua é observada, embora regularmente violada, desde 12 de janeiro nos arredores da capital líbia entre os pró-GNA e os pró-Haftar, que lançaram em abril de 2019 uma ofensiva para tomar Trípoli.
Na sexta-feira em Genebra, Salamé atacou os "cínicos" que tentam minar as discussões entre os beligerantes líbios, exigindo, além disso, um maior apoio internacional.