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Estado de Minas

Candidatos democratas cortejam jovens latinos no Texas


postado em 02/03/2020 13:30

No escritório de Elizabeth Warren, em Houston, um grupo de voluntários do Texas se apressa em uma manhã de fevereiro para colocar os últimos letreiros em espanhol na parede e posicionar as cadeiras em círculo.

Aguardam a chegada de uma dúzia de eleitores latinos para discutir o programa da candidata democrata nas primárias.

No Texas, o cerne da questão na disputa pela nomeação democrata é a participação do eleitorado latino-americano na "Superterça" em 3 de março, quando 14 estados votarão no candidato para desafiar Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro.

"Muitas vezes somos ignorados como comunidade", contou à AFP a romancista Ariane Navarro, que foi ao fórum com o marido e seus dois filhos.

Durante uma hora e meia, idosos, jovens e até algumas famílias conversam sobre imigração, saúde e seus sentimentos como latino-americanos.

"Estou rodeada de latinos com estudos e todos acreditamos que temos voz e somos capazes de transformar o Texas", afirmou a ex-professora, que quer ajudar os jovens de sua família a se registrar para votar.

A equipe de campanha de Elizabeth Warren se orgulha de ter organizado um tour dedicado especificamente à comunidade hispânica em todo o Texas.

"Muitas pessoas dizem que o Texas é um estado vermelho, mas não é verdade: é um estado onde as pessoas não votam", diz María Martínez, encarregada de construir as pontes com a comunidade hispânica em todo o país.

- Poder Quinze -

Os candidatos democratas estão competindo ferozmente pelo apoio dessa base crescente: em 2020, podem votar 1,4 milhão de migrantes da América Central e do Sul a mais do que em 2012.

A publicidade em espanhol e a campanha de porta em porta já não são mais suficientes, aponta Antonio Arellano, diretor executivo da organização Jolt.

O grupo lançou a iniciativa Poder Quinze, que oferece registro aos eleitores durantes as festas de 15 anos das meninas mexicanas. Uma "nova tradição de compromisso cívico" que "aproveita o poder da cultura latina", afirma o ativista indocumentado de 29 anos.

Outra ideia para alcançar os jovens foi um debate organizado em Houston, em fevereiro, entre estudantes e candidatos às primárias democratas. O favorito da disputa, Bernie Sanders, concordou em estar presente por videoconferência.

O autoproclamado socialista, que lidera as pesquisas com 30% das intenções de voto entre os latinos, é particularmente popular entre os jovens e recebeu muitos aplausos da multidão.

- "Um peso sobre os ombros" -

Entre bolos de arroz e manteiga de amendoim, velas elétricas e franjas recortadas em papel rosa ou amarelo, o escritório permanente de Jolt é atendido toda quinta-feira por voluntários como Víctor Ibarra, que quer "garantir que os jovens latinos tenham voz no futuro".

"Significa muito para mim que (os candidatos) reservaram um tempo para conversar conosco e responder às nossas perguntas", conta o jovem de 23 anos em uma pequena sala coberta de pôsteres coloridos no leste de Houston.

"Nós nos concentramos nos jovens, porque queremos que entendam que é sua responsabilidade informar suas famílias", explicou Leslie Hernández, encarregada do censo de Jolt que supervisiona os voluntários.

Para eles, votar nas primárias democratas é apenas uma gota no oceano de batalhas políticas que devem ser travadas: ecologia, censo, antirracismo.

Antes de preparar as listas de políticos para contatar antes de seu próximo evento cívico e gravar um pequeno vídeo promocional para suas redes sociais, meia dúzia de jovens fecha os olhos e se dá cinco minutos para meditar com uma música de fundo relaxante.

"Como latina, sinto que carrego um peso sobre os ombros o tempo todo", afirma Hernández, pedindo aos voluntários que respirem e relaxem. "Agora estão em um lugar seguro".


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