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Estado de Minas

Netanyahu volta a defender anexações na véspera das eleições em Israel


postado em 01/03/2020 12:01

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu prometeu neste domingo uma rápida anexação do vale do Jordão e das colônias na Cisjordânia ocupada, em uma tentativa final de mobilizar os eleitores de direita, na véspera de eleições cruciais para sua sobrevivência política.

Netanyahu, acusado de corrupção em uma série de casos, disse que a anexação de partes da Cisjordânia é uma de suas "quatro principais missões imediatas", segundo declarações divulgadas no domingo em entrevista à rádio pública.

"Será uma questão de semanas, no máximo dois meses, espero", acrescentou Netanyahu no trecho final das entrevistas na véspera do legislativo.

Essas são as terceiras eleições em menos de um ano em Israel, depois que Netanyahu e seu principal rival, o centrista Benny Gantz, ficaram empatados nas duas eleições anteriores.

Segundo as últimas pesquisas, o Likud (à direita) de Netanyahu e o partido centrista Kahol Lavan (Azul-Branco) teriam 33 assentos cada um dos 120 do Parlamento israelense, o Knesset, resultado quase idêntico ao das eleições anteriores.

Com seus respectivos aliados - os partidos de direita e religiosos de Netanyahu, a centro-esquerda de Gantz -, nenhum dos blocos conseguiria apoio suficiente para formar um governo, segundo as pesquisas.

Sem poder contar com os eleitores indecisos, os dois rivais neste domingo tentam mobilizar suas bases eleitorais na tentativa de ganhar mais alguns assentos e, assim, obter o mandato de formar o próximo governo do presidente Reuven Rivlin.

A grande incógnita é, de novo, a participação. Dessa vez, inclusive, um novo fator pode fazer as pessoas ficarem em casa: o coronavírus, dos quais sete casos foram confirmados no país. Para evitar o medo de contágio impedir os eleitores, as autoridades alertaram contra "notícias falsas" na internet e por SMS.

- Plano Trump -

Pouco antes das eleições de setembro, Netanyahu prometeu a anexação "imediata" do vale do Jordão, uma área estratégica muito fértil no leste da Cisjordânia.

Mas depois dessas eleições, que terminaram sem um vencedor claro, houve um elemento-chave que mudou a situação: Washington apresentou um projeto para o Oriente Médio que apenas abre caminho para a anexação do vale do Jordão e das colônias israelenses.

Essas medidas, contrárias ao direito internacional, são totalmente rejeitadas por todos os políticos palestinos.

O primeiro-ministro israelense também confirmou no domingo que um comitê "israelense-americano", encarregado de estabelecer o mapeamento preciso dos territórios palestinos que Israel deseja anexar, "começou a trabalhar na semana passada".

Mais de 450.000 pessoas vivem nas colônias israelenses na Cisjordânia ocupada. A população de colônias aumentou quase 50% na última década, na qual Netanyahu esteve no poder.

Nessas duas últimas semanas, Netanyahu multiplicou os anúncios de projetos habitacionais nas colônias da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

O projeto para o Oriente Médio apresentado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, prevê que Jerusalém será capital "indivisível" de Israel, ao contrário do que os palestinos defendem, que é tornar a parte oriental da Cidade Santa a capital de seu futuro Estado.

Após o anúncio da proposta de Washington, os palestinos continuam "com grande interesse" na campanha eleitoral israelense", disse Jihad Harb, analista político palestino.

"Do lado palestino, há um desejo de ver mudanças na liderança israelense que possam reacender o processo de paz israelense-palestino, que está morto há anos", acrescentou Harb.


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