Reda Hame, recrutado e treinado na Síria em 2015 por Abdelhamid Abaaoud, o cérebro dos atentados de 13 de novembro em Paris, foi condenado nesta terça-feira (25) a 12 anos de prisão por um tribunal francês.
"O tribunal criminal demonstrou restrição e clemência em relação à personalidade" de Reda Hame, um ex-técnico em informática, afirmou seu advogado Archinald Celeyron, após o anúncio do veredito, acompanhado por um período de cumprimento de dois terços da pena.
"É um jovem que tem todas as provas de reinserção social. Lamenta infinitamente ter ido à Síria e explicou que não teve nenhum projeto de atentado", acrescentou.
Reda Hame, que está detido provisoriamente desde sua captura em Paris em agosto de 2015, passou oito dias com o grupo Estado Islâmico (EI) em junho de 2015 na Síria.
Durante três dias, Abdelhamid Abaaoud o treinou para usar um fuzil AK-47. Depois, o acompanhou até a fronteira turca e lhe deu 2.000 euros e 500 dólares em dinheiro e uma missão: realizar um atentado na Europa.
Na segunda-feira, a promotoria antiterrorista pediu a pena máxima, 20 anos de reclusão com um período de cumprimento de dois terços da pena.
Durante sua custódia, Hame relatou alguns comentários que Abdelhamid Abaaoud havia feito: "Estaria disposto a matar uma multidão?", lhe perguntou. O jihadista deu o exemplo de um show de rock. Cinco meses depois, três comandos de jihadistas, incluindo Abaaoud, atacaram a sala de concertos Bataclan, o Stade de Frande e vários bares, deixando 130 mortos.