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Estado de Minas

Harvey Weinstein culpado de agressão sexual e estupro, uma vitória parcial para o #MeToo


postado em 24/02/2020 14:37

Um júri de Nova York declarou nesta segunda-feira o ex-produtor de cinema Harvey Weinstein culpado de agressão sexual e estupro de duas mulheres, mas não de comportamento sexual predatório, um veredicto que representa a primeira vitória nos tribunais do movimento #MeToo.

Após quase um mês de julgamento e cinco dias de deliberações, o júri considerou Weinstein, 67 anos, culpado de agressão sexual em primeiro grau por praticar sexo oral na ex-assistente de produção Mimi Haleyi em julho de 2006, crime que pode ser punido com uma pena de cinco a 25 anos de prisão.

O produtor de filmes como "Pulp Fiction" também foi declarado culpado de estupro em terceiro grau da ex-atriz Jessica Mann em março de 2013, crime que tem pena máxima de quatro anos de prisão.

Weinstein, no entanto, não foi considerado culpado do crime de estupro em primeiro grau de Mann e por duas acusações de comportamento sexual predatório, os delitos mais graves pelos quais era acusado e que poderiam resultar em uma pena de prisão perpétua.

A sentença será definida em alguns meses pelo juiz James Burke, que presidiu o processo no tribunal penal estadual de Manhattan.

O primeiro julgamento penal de um homem influente acusado no âmbito do movimento #MeToo, que luta contra o assédio e a agressão sexual, começou em 22 de janeiro e ouviu os testemunhos de seis mulheres que denunciaram agressões sexuais. O veredicto foi unânime entre os sete homens e cinco mulheres do júri.

O comediante Bill Cosby já havia sido considerado culpado em 2018 de drogar e agredir sexualmente uma mulher, mas ele foi acusado em 2015, antes do nascimento do movimento #MeToo.

O movimento Time's Up, que luta contra o assédio e a agressão sexual no ambiente de trabalho, afirmou que o veredicto de Weinstein é uma "nova era de justiça, não apenas para quem as que quebraram o silêncio, que falaram apesar do grande risco pessoal, e sim para todas as sobreviventes de assédio, abuso e agressão no trabalho".

Weinstein foi denunciado por assédio, agressão sexual ou estupro por mais de 80 mulheres desde a explosão do escândalo em outubro de 2017, incluindo as atrizes Salma Hayek e Gwyneth Paltrow.

Mas ele foi julgado apenas por dois casos: a suposta agressão sexual contra Mimi Haleyi e o estupro da ex-atriz Jessica Mann. Quase todos os outros delitos prescreveram.

Para decidir se Weinstein é um predador sexual, o júri deveria determinar se ele estuprou a atriz de Annabella Sciorra, além de agredir sexualmente Mimi Haleyi e/ou estuprar Jessica Mann.

Sciorra contou que Weinstein a estuprou no inverno de 1993-94, mas como a denúncia diz respeito a um fato que teria acontecido há três décadas, o crime prescreveu. Porém, o seu testemunho, combinado com as acusações de Haleyi e Mann, poderia ser utilizado para que ele fosse considerado um predador sexual.

A Promotoria afirmou durante o processo que Weinstein se aproveitou de seu grande poder na indústria do cinema para agredir sexualmente durante anos aspirantes a atriz e trabalhadoras do setor.

A defesa exibiu ao júri dezenas de e-mails para demonstra que as acusadores tiveram durante anos uma relação de afeto com o produtor após as supostas agressões, incluindo relações sexuais consentidas.

Durante o processo, o promotor Joan Illuzzi afirmou aos integrantes do júri que as acusadoras não tinham "nenhuma razão para mentir".

"Por que passar por todo esse estresse de testemunhar se não estão dizendo a verdade?", pergunto. "Elas sacrificaram sua dignidade, sua intimidade, sua calma com esperança de que suas vozes sejam ouvidas".

A advogada de defesa Donna Rotunno disse que as acusadores manipularam Weinstein para avançar em suas carreiras e as responsabilizou pelas supostas agressões.

Weinstein também foi acusado em janeiro de dois ataques sexuais em Los Angeles, pelos quais ainda deve responder à justiça. Também é alvo de vários processos civis.


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