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Estado de Minas

Afeganistão inicia semana de trégua antes de possível acordo entre EUA e talibãs


postado em 22/02/2020 08:55

O Afeganistão começou a viver neste sábado uma trégua que deve durar uma semana, requisito prévio essencial para a assinatura de um acordo entre o governo dos Estados Unidos e os talibãs.

As opiniões estão divididas no país, entre os que acreditam em uma paz duradoura e os que duvidam de um cenário sem violência.

A trégua parcial, ou "redução da violência", seria uma demonstração de boa fé dos insurgentes antes da assinatura de um acordo histórico com Washington no final do mês sobre uma retirada gradual das tropas americanas em troca de garantias de segurança.

O objetivo do governo americano é, sobretudo, evitar que o Afeganistão volte a ser um refúgio de jihadistas, duas décadas depois de Osama Bin Laden ter planejado neste país os atentados de 11 de setembro de 2001.

O acordo também deve levar ao início de discussões internas sobre o futuro do país, depois de 18 anos de recusa dos talibãs em negociar com o governo de Cabul.

A trégua começou à meia-noite de sábado). O acordo deve ser assinado em 29 de fevereiro, desde que seja constatada uma redução dos ataques no território afegão, um requisito exigido por Washington.

"Depois que se começar a aplicar corretamente este compromisso (de redução da violência), espera-se a assinatura do acordo entre os Estados Unidos e os talibãs", declarou o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em referência à promessa eleitoral do presidente Donald Trump de retirar as tropas do país do Afeganistão.

O secretário de Defesa, Mark Esper, advertiu no Twitter que se os talibãs não demonstrarem compromisso com uma redução real da violência, Washington "permanece disposto a defender-se e a defender seus sócios afegãos".

"Nos preparamos para que a assinatura aconteça em 29 de fevereiro", indicou Pompeo em um comunicado publicado após sua visita à Arábia Saudita.

Em comunicado, os talibãs confirmaram a data e afirmaram que ambas as partes "criariam uma situação adequada de segurança" antes da eventual assinatura.

O presidente afegão, Ashraf Ghani, advertiu em um discurso que as "forças de segurança permanecerão em estado de defesa ativa durante a semana".

"As próximas etapas do processo de paz dependerão da avaliação da redução da violência esta semana", completou Ghani, que acaba de ser reeleito para um segundo mandato.

No entanto, parece existir uma divergência entre os beligerantes. Um porta-voz talibã, Suhail Shaheen, tuitou que o acordo incluiria a saída de "todas" as forças estrangeiras do Afeganistão.

Entre 12.000 e 13.000 soldados americanos permanecem no país, onde os Estados Unidos travam a guerra mais longa de sua história. Outros países estrangeiros também estão presentes.

Os talibãs foram expulsos do poder no Afeganistão por uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos após os atentados de 11 de setembro de 2001.

Em seguida iniciaram uma guerrilha incessante, que matou mais de 2.400 soldados americanos e dezenas de milhares de integrantes das forças de segurança afegãs.

Os dados mais recentes da Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (UNAMA) mostram que 3.404 civis morreram e 6.989 ficaram feridos no país em consequência da violência em 2019.

Washington gastou mais de um trilhão de dólares nesta guerra.

O Afeganistão vive em guerra há quatro décadas, desde a invasão soviética no Natal de 1979.


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