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Estado de Minas

Erdogan pede que Putin contenha o regime sírio em Idlib


postado em 21/02/2020 15:25

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, exortou nesta sexta-feira (21) seu colega russo Vladimir Putin a "coibir" o regime sírio na província rebelde síria de Idlib, no coração de intensa atividade diplomática, com o objetivo de encerrar os combates e uma situação humanitária desastrosa.

A ofensiva conduzida pelo regime do presidente Bashar Al-Assad com o apoio de Moscou para recuperar Idlib, a última fortaleza rebelde no noroeste do país, minou seriamente o entendimento entre Erdogan e Putin, que cooperam estreitamente para acabar com o conflito na Síria, onde, no entanto, apoiam lados opostos.

Em uma conversa por telefone com Putin, Erdogan "enfatizou que o regime deve ser parado em Idlib e que a crise humanitária deve terminar", segundo informou a presidência turca em comunicado.

Erdogan também enfatizou que uma solução para a situação explosiva em Idlib passa "pela plena aplicação do acordo de Sochi", patrocinado em 2018 pelos dois líderes para silenciar as armas na província.

A presidência turca acrescentou que "os dois líderes afirmaram seu compromisso com o respeito de todos os acordos".

Por sua parte, Putin garantiu a seu colega turco que "está seriamente preocupado" com as "ações agressivas" dos jihadistas em Idlib.

Os dois concordaram "intensificar as consultas bilaterais sobre Idlib para reduzir as tensões, garantir um cessar-fogo e neutralizar a ameaça terrorista", afirmou o Kremlin em comunicado.

Mais cedo, Erdogan pediu "ações concretas" para impedir uma "crise humanitária" na província síria de Idlib, durante uma conversa por telefone com o presidente francês, Emmanuel Macron, e com a chanceler alemã, Angela Merkel.

"Nosso presidente ressaltou a necessidade de pôr fim à agressão cometida pelo regime (sírio) e por seus aliados em Idlib e insistiu na importância de se tomar ações concretas para impedir uma crise humanitária", afirmou a Presidência, em um comunicado.

Na quinta-feira (20), a Chancelaria alemã informou que Merkel e Macron manifestaram sua "preocupação" com a "situação humanitária catastrófica" na província de Idlib, durante um telefonema com o presidente russo, Vladimir Putin.

Os russos são o principal apoio do governo de Bashar al-Assad.

Ainda conforme a Chancelaria alemã, Merkel e Macron "expressaram sua vontade de se reunir com o presidente Putin e com o presidente turco, Erdogan, para encontrar uma solução política para a crise".

Em sua nota à imprensa, a Presidência turca não mencionou, porém, essa eventual cúpula quadripartite.

Hoje mais cedo, em declarações aos jornalistas em Istambul, Erdogan disse que conversará com Putin ainda nesta sexta sobre a explosiva situação em Idlib.

"Às 18 horas (12h em Brasília), teremos uma reunião por telefone, na qual abordaremos todos os acontecimentos em Idlib", declarou o presidente turco.

"Neste momento, mantemos nossa luta com determinação. O telefonema de hoje (com Putin) determinará nossa postura na sequência", acrescentou.

"Enquanto o regime [em referência ao governo Bashar al-Assad] continuar com sua crueldade, é fora de questão nos retirarmos de lá", frisou Erdogan.

Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse hoje à imprensa que "se está discutindo a possibilidade de que se faça uma cúpula".

"Ainda não há qualquer decisão clara sobre isso. Se os quatro dirigentes julgam necessário, não descartamos organizar um encontro desse tipo", completou Peskov.

Apoiado pela força aérea russa, o governo sírio iniciou em dezembro uma ofensiva para recuperar este último bastião rebelde, apesar de a região estar submetida a um acordo de "desescalada" firmado por Moscou e Ancara.

Desde dezembro, cerca de 900 mil pessoas tiveram de deixar suas casas na região de Idlib e seus arredores, segundo balanço da ONU.

Agora, Ancara teme que a situação nessa região, fronteiriça com a Turquia, degenere em uma nova onda de refugiados. O país já acolhe mais de 3,6 milhões de sírios.


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