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Estado de Minas

No Irã, eleitores votam em homenagem ao 'mártir' Soleimani


postado em 21/02/2020 14:07

Dia de eleições legislativas em Teerã: Mohammadi se prepara para colocar sua cédula nas urnas, segurando um cartaz contra Donald Trump, e com um neto nos ombros para "educá-lo no caminho da Revolução Islâmica", segundo ele.

Com 19 meses de idade, a criança, de cabelos loiros, parece não prestar atenção à agitação nesta assembleia de voto localizada no bairro histórico da mesquita Hosseiniyeh Erchad, no norte da capital iraniana.

Em um lado do cartaz, o operário de 47 anos escreveu "Trump, apostador compulsivo, estamos aqui para votar" - uma referência à retirada do governo Trump, em 2018, do acordo nuclear iraniano, seguida pela restauração das sanções contra a economia do país.

Do outro, Mohammadi se dirigiu ao guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei: "Caro líder, estamos prontos para sacrificar nossas vidas por você".

Junto a ele, Aliréza Hachémi, de 25 anos, é menos expansiva, mas igualmente determinada. Com seu voto, espera, acima de tudo, virar a página da Presidência de Hassan Rohani, reeleito para um segundo mandato em 2017 com a promessa de colher os frutos de sua política de abertura ao Ocidente.

"Depois da eleição de Rohani, tudo desmoronou. Ele assinou um péssimo acordo (nuclear) e se voltou para o Ocidente, sem garantias sólidas", denuncia, censurando o presidente por ser "muito fraco".

- "Soleimani vive" -

Os 290 deputados da 11ª legislatura a sair das urnas desde a Revolução Islâmica de 1979 iniciarão seu mandato em meio a um contexto de tensões entre Teerã e Washington, enquanto o país atravessa uma severa recessão.

Uma das principais questões nestas eleições será a abstenção, que os observadores preveem alta, também devido à desqualificação de milhares de candidatos reformistas e moderados.

Em Khorasan, no sul da capital, a votação ocorre sob a figura tutelar do poderoso general Qassem Soleimani, morto em um ataque americano em Bagdá em 3 de janeiro. O episódio provocou temores de um conflito aberto entre os dois inimigos.

Na entrada da mesquita Lorzadeh, transformada em assembleia de voto, um retrato gigante do general falecido foi salpicado de tinta vermelha. "O sangue do mártir Soleimani limpará Israel da face da Terra", está escrito.

Muitos eleitores vão às urnas com cartazes com sua efígie.

"Estou aqui para dizer ao inimigo que o mártir Qassem Soleimani está vivo e sempre estará", diz Mehdi Zojagi, ex-empresário octogenário.

No guidão de sua bicicleta, ele pendurou uma bandeira com Soleimani no paraíso, cercado por altos funcionários falecidos, incluindo o aiatolá Khomeini, fundador da República Islâmica.

No total, 7.296 candidatos foram desqualificados - moderados e reformistas em sua maioria - pelo órgão responsável pela validação de candidaturas, dominado por ultraconservadores.


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