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Estado de Minas

Eleições legislativas no Irã têm conservadores como favoritos


postado em 21/02/2020 06:07

Os iranianos comparecem às urnas nesta sexta-feira para eleições legislativas que têm os conservadores como favoritos, uma consequência do ressentimento de boa parte da população com o presidente moderado Hassan Rohani, sobretudo pela crise econômica e denúncias de corrupção.

Os locais de votação abriram as portas às 8H00 (1H30 de Brasília) e o guia supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, foi um dos primeiros a depositar seu voto.

Khamenei reiterou o apelo para que os quase 58 milhões de eleitores participem no processo, com o objetivo de "garantir o interesse nacional".

A 11ª legislatura que sairá das urnas desde a revolução islâmica de 1979 começará em um contexto de tensão elevada entre Teerã e Washington e de grande recessão no país.

As eleições acontecem um mês e meio depois que as Forças Armadas iranianas derrubaram "por engano" um avião ucraniano, uma tragédia que aumentou a desconfiança a respeito do governo.

Inicialmente as autoridades civis negaram qualquer relação com a queda da aeronave, mas três dias depois da tragédia o Estado-Maior admitiu sua responsabilidade.

O reconhecimento tardio provocou manifestações contra os governantes, quebrando a aparente unidade nacional manifestada dias antes no funeral do general iraniano Qasem Soleimani, morto por um ataque americano no Iraque em 3 de janeiro.

Em Teerã, muitos moradores afirmaram à AFP que se negam a votar.

Amir Mohtasham, 38 anos, desempregado há dois anos, resume o pensamento: "As eleições são algo em vão. Não confio nos conservadores nem nos reformistas".

Como a justiça eleitoral vetou milhares de candidaturas de reformistas e moderados, a votação ficou praticamente reduzida a um duelo entre conservadores e ultraconservadores, o que pode provocar um elevado índice de abstenção.

Dependendo do peso dos ultraconservadores na futura Assembleia, a política externa de abertura, aplicada por Rohani desde sua eleição em 2013, pode ter mudanças.

Os ultraconservadores se opõem a qualquer negociação com o Ocidente e acusam Rohani de ser passivo ante as ameaças do presidente americano, Donald Trump.

Além disso, eles desejam sair do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano assinado em 2015, a grande conquista de Rohani, ameaçado desde que Trump se retirou unilateralmente do pacto em 2018.

Rohani esperava que o acordo de Viena iniciasse uma era de prosperidade para o Irã, acabando com o isolamento internacional do país.

Porém, a retomada das sanções americanas após a decisão de Trump levou o país à recessão.

Alguns reformistas alertaram para uma possível vitória dos ultraconservadores em caso de abstenção elevada.

Desde quarta-feira, a televisão exibe apelos de líderes políticos e de aiatolás para a votação.


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