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Estado de Minas

O impacto da barreira russa à China por causa do coronavírus


postado em 19/02/2020 15:55

A drástica decisão russa de proibir a entrada de cidadãos chineses em seu território, justificada pelo coronavírus, terá um forte impacto econômico em ambos países, alertam especialistas.

Anunciada por meio de decreto divulgado na última terça-feira (18), essa decisão proíbe a entrada de chineses, incluindo turistas, estudantes e viajantes a trabalho, endurecendo as normas, que já eram muito restritas para a contenção da epidemia do Covid-19.

Oficialmente, no momento a Rússia não tem casos de coronavírus em seu território, além dos dois únicos pacientes que deixaram um hospital na semana passada, que eram chineses.

O país presidido por Vladmir Putin tinha fechado os 4.250 km de fronteira com a China, suspendido trajetos ferroviários para trens que viessem ou fossem para a China e restringido o número de voos às cidades chinesas.

Agora os chineses só poderão transitar pela Rússia durante conexão europeia em voos da companhia Aeroflot.

"Quando a situação melhorar, essas medidas serão reajustadas e inclusive retiradas", disse o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Geng Shuang.

Embora o custo econômico das medidas seja desconhecido, o seu impacto é óbvio.

Em 2019, 2,3 milhões de cidadãos chineses entraram na Rússia, dos quais 1,5 milhão eram turistas e outros 320 mil viajavam a negócios.

Os chineses são o principal grupo turístico da Rússia e a cidade mais visitada é São Petersburgo, assim como o lago Baikal e a península de Kamtchatka (no Extremo Oriente).

O turismo já tinha sido fortemente restringido desde janeiro pelas autoridades chinesas e russas, que impossibilitaram as viagens de grupos chineses à Rússia, ao proibir a retirada de vistos.

Agora são aos viajantes individuais que as regras são aplicadas.

- Perda colossal -

Esses grupos representam "cerca de 80% do fluxo turístico proveniente da China", disse Irina Tiurina, assessora de imprensa do sindicato russo da indústria do turismo, à AFP. "Em outras palavras, o fluxo já tinha diminuído e agora foi interrompido".

Segundo Tiurina, "a previsão é que as perdas sejam colossais", principalmente por causa dos empresários chineses, já que os gastos de turismo chinês na Rússia são baixos.

É estimado que, entre fevereiro e março, as perdas na indústria do turismo russa cheguem aos EUR 40,7 milhões, segundo a Associação de Empresários do país.

As regiões fronteiriças atravessam outros tipos de problemas.

Devido à carência da mão-de-obra na Rússia, há muitos trabalhadores chineses, envolvidos em grandes obras da construção civil e na importação de bens de consumo.

- Sem consequências -

"Um mês ou dois (sem trabalhadores chineses), não irá gerar tantas consequências", afirma Alexandre Abramov, diretor do Centro para o Desenvolvimento Econômico e a Integração da Rússia na Ásia, da Universidade federal do Extremo Oriente, citado pela agência RIA Novosti.

Algumas pessoas expressaram o seu temor em relação à rigorosidade russa, onde os casos do coronavírus foram mínimos. As autoridades chinesas consideram que a propagação do vírus está sob controle.

"Levando em consideração a frágil situação econômica, o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin toma medidas populistas e possui foco na segurança", escreveu Alexandre Gabouïev, analista do centro Carnegie, situado em Moscou, no Twitter.

"Acompanhamos de perto as medidas tomadas pela Rússia", ressaltou a diplomacia chinesa nesta quarta-feira, afirmando que "a Rússia nos ofereceu apoio e já nos ofereceu muita ajuda".


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