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Estado de Minas

Artista russo que vazou vídeo sexual de político francês é investigado


postado em 18/02/2020 17:06

O artista russo Piotr Pavlenski foi indiciado nesta terça-feira pela justiça francesa pela divulgação de um vídeo sexual que derrubou o candidato do presidente Emmanuel Macron à prefeitura de Paris, Benjamin Griveaux.

Pavlensk, e sua namorada Alexandra de Taddeo, uma estudante de 29 anos, que foi a destinatária de pelo menos um vídeo de caráter sexual do político, foram indiciados "invasão da privacidade mediante gravação ou transmissão de uma imagem de natureza sexual" e "disseminação sem o consentimento da pessoa de uma gravação de palavras ou imagens de natureza sexual".

O artista dissidente russo de 35 anos, refugiado na França desde 2017, está sob controle judicial, assim como sua namorada, Alexandra de Taddeo, de 29 anos, que recebeu o vídeo íntimo de Griveaux.

Na França, a disseminação não consensual de imagens privadas é passível de 2 anos de prisão e uma multa de 60.000 euros.

"Ela é a destinatária, reconhece isso sem objeção. Guardou [as imagens] não para difundi-las em um site na internet, mas por guardá-las" declarou a advogada da estudante, Noémie Saidi-Cottier.

Segundo outra fonte, a jovem teria outros vídeos que incriminariam o ex-porta-voz do governo, de 42 anos, casado e pai de três filhos.

- Terremoto político -

Piotr Pavlenski causou um terremoto político na França ao publicar na semana passada um vídeo sexual de Benjamin Griveaux, candidato do partido presidencial a prefeito de Paris, que o forçou a desistir da disputa a um mês das eleições municipais.

O artista de 35 anos, conhecido por suas performances impactantes - como quando se fixou na calçada da Praça Vermelha com pregos na pele de seus testículos - disse que queria denunciar a "hipocrisia" de Griveaux.

"Benjamin Griveaux começou sua campanha com uma hipocrisia nojenta. Ele usou sua família, apresentando-se como um exemplo para todos os pais e maridos de Paris. Fez propaganda com base nos valores tradicionais da família", explicou Pavlenski à AFP.

Antes de divulgar as imagens, o artista russo recebeu aconselhamento jurídico de Juan Branco, advogado franco-espanhol de 30 anos conhecido por defender Julian Assange, fundador do Wikileaks.

Depois de anunciar à AFP sua decisão de se retirar da disputa pela prefeitura de Paris, Griveaux entrou com uma ação no sábado "contra X" (sem identificar o culpado).

- Ajuda externa? -

Este caso deu origem a muitas perguntas na França. Muitos questionam se o ativista russo foi manipulado ou se, por trás desse vazamento, houve uma vontade de desestabilizar o presidente Emmanuel Macron.

A porta-voz do governo francês, Sibeth Ndiaye, disse na segunda-feira que o artista russo "provavelmente recebeu ajuda" de uma terceira pessoa.

"Ele não pode ser o único envolvido", concordou Richard Malka, advogado de Griveaux.

No entanto, Ndiaye esclareceu que no momento "é muito cedo para dizer" se houve uma manipulação política.

Pavlenski também foi alvo de uma investigação por "violência armada" na noite de 31 de dezembro, mas não foi indiciado neste caso.

O artista russo ficou em silêncio durante seu interrogatório, disse uma fonte próxima ao caso à AFP.

Não é a primeira vez que Piotr Pavlenski tem problemas com a justiça francesa. Em 2017, ele foi preso depois de tentar queimar a fachada do Banco da França para denunciar o "sistema bancário" e os "banqueiros monarcas".


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