(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Senado americano quer impedir ação militar de Trump contra o Irã


postado em 13/02/2020 14:01

O Senado dos Estados Unidos deve adotar nesta quinta-feira uma resolução para limitar o poder de Donald Trump de lançar operações militares contra o Irã, uma votação simbólica, mas embaraçosa, para o presidente americano, que deverá usar seu poder de veto.

Pouco comum em um partido muito leal ao bilionário, oito senadores republicanos votaram na quarta-feira a favor da abertura dos debates sobre este texto. A votação final está agendada a partir das 13h45, horário local (15h45, de Brasília).

"Se o presidente tem e deve sempre ter a capacidade de defender os Estados Unidos contra um ataque iminente, o poder Executivo para por aí", afirmou nesta quinta-feira o democrata Tim Kaine, autor da resolução, abrindo as discussões.

"Uma guerra ofensiva requer um debate e uma votação no Congresso", o único poder para declarar guerra sob a Constituição americana, acrescentou.

O texto pede ao presidente que não envolva as forças armadas em hostilidades contra o Irã "ou qualquer parte de seu governo ou Exército", sem autorização explícita para uma declaração de guerra ou uma autorização específica para o uso da força militar contra o Irã.

Mesmo que Donald Trump vete, a adoção esperada da resolução é percebida como um desprezo a sua autoridade, enquanto a Câmara alta é controlada pelo seu Partido Republicano (53 assentos de 100).

- Mau sinal -

A adoção deste texto enviaria "um sinal muito ruim" para a segurança dos Estados Unidos, alertou o presidente no Twitter na quarta-feira.

"Se minhas mãos estiverem atadas, o Irã ficaria feliz (...) Os democratas fazem isso apenas para envergonhar o partido republicano. Impeçam-nos", acrescentou.

Para o senador republicano Marco Rubio, esta resolução "enfraquece a dissuasão e aumenta o risco de guerra".

Os democratas ficaram muito preocupados com o aumento da tensão após o ataque americano que matou um poderoso general iraniano, Qassem Soleimani, em 3 de janeiro.

Teerã respondeu alguns dias depois disparando mísseis contra bases usadas pelos militares dos EUA no Iraque. Os ataques resultaram em mais de 100 feridos entre as tropas americanas.

A Câmara dos Representantes, controlada pelos democratas, terá que aprovar esse texto, provavelmente até o final do mês.

Há pouca dúvida de que a Câmara dará sinal verde, uma vez que aprovou no início de janeiro com uma maioria confortável (224 votos a favor e 194 contra) uma outra resolução sobre o assunto.

A versão de Tim Kaine foi alterada para receber o apoio de certos senadores republicanos, indignados com o fato de a Casa Branca não informar melhor o Congresso sobre a operação para eliminar Qassem Soleimani.

Existe um consenso entre a classe política americana em dizer que o governo iraniano "apoia o terrorismo" e que o general Soleimani era "o principal arquiteto da maioria das atividades desestabilizadoras do Irã em todo o mundo", de acordo com os termos da resolução adotada em janeiro na Câmara.

Mas os democratas acusam Donald Trump de ter realizado uma operação "desproporcional e provocativa" para eliminar Soleimani, sem "consultar o Congresso".

Desde 1973, a "War Powers Resolution" força o presidente americano a obter autorização do Congresso para qualquer intervenção militar de mais de 60 a 90 dias.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)