A Turquia ameaçou nesta quinta-feira atacar os jihadistas em Idlib, noroeste da Síria, caso não respeitem o cessar-fogo que supostamente acabaria com os combates na província rebelde.
"A força será usada em Idlib contra aqueles que não respeitarem o cessar-fogo, incluindo os radicais", afirmou o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, citado pela agência estatal Anadolu.
Na quarta-feira, a Rússia acusou a Turquia de não fazer nada para "neutralizar os terroristas em Idlib".
Turquia e Rússia, que patrocinam um processo para encerrar os combates em Idlib, anunciaram repetidamente o cessar-fogo na província, mas nenhum deles o manteve.
O governo sírio vem realizando uma ofensiva há meses, com o apoio da aviação russa, na província de Idlib, controlada pelos grupos rebeldes e jihadistas, especialmente o antigo braço do Al Qaeda na Síria.
A intensificação dos atentados em Idlib nas últimas semanas provocou uma intensa troca de farpas entre Ancara, que apoia grupos rebeldes, e Moscou, aliado do presidente sírio Bashar Al Asad.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que renunciou a sua moderação habitual em relação à Rússia, acusou Moscou de participar do "massacre" de civis em Idlib ao lado das forças do regime e denunciou as "promessas não cumpridas".
Pouco depois, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, acusou a Turquia de não fazer nada para "neutralizar os terroristas em Idlib", situação que considera "inaceitável".
Ancara está preocupada com a situação de Idlib devido a sua proximidade da fronteira com a Turquia, já que teme que a ofensiva do regime sírio cause um novo fluxo de refugiados na Turquia, que já abriga 3,7 milhões de sírios.