Um homem de 52 anos foi indiciado nesta quarta-feira pelo assassinato da jornalista Lyra MC Kee, morta em confrontos em Londonderry entre o grupo dissidente Novo IRA e a polícia em abril de 2019, informou a polícia da Irlanda do Norte.
O homem, natural de Londonderry, onde os eventos ocorreram, será apresentado à justiça na quinta-feira. Três outros suspeitos foram libertados.
"Eu sempre disse que várias pessoas estavam envolvidas, além do atirador, na noite em que Lyra foi morta", afirmou o policial Jason Murphy, acrescentando que "a busca por evidências para que o atirador seja levado à justiça continua".
Preso na terça-feira, o suspeito foi acusado de assassinato, posse de arma com a intenção de atentar contra a vida e por reivindicar a participação em uma organização proibida.
Lyra McKee, de 29 anos, foi ferida fatalmente em 18 de abril de 2019 no distrito católico de Creggan, em Londonderry (Derry, para os nacionalistas irlandeses), uma cidade na fronteira com a Irlanda.
Um grupo dissidente republicano, o Novo IRA, assumiu a responsabilidade pela morte da jovem em um comunicado ao The Irish News, argumentando que ela estava "ao lado das forças inimigas", em referência à polícia.
Sua morte despertou grande comoção, trazendo de volta memórias dos distúrbios que abalaram a província britânica da Irlanda do Norte por três décadas.
A violência entre republicanos nacionalistas (católicos), partidários da reunificação da Irlanda, e unionistas (protestantes), defensores da manutenção da coroa britânica, matou cerca de 3.500 pessoas antes de terminar, graças ao acordo de paz da Sexta-feira Santa de 1998.