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Estado de Minas

No Oriente Médio, o amor triunfa, apesar dos conflitos


postado em 11/02/2020 15:00

"Ah, o amor! Não há maior objetivo do que ser derrotado em suas guerras", escreveu o poeta palestino Mahmud Darwish. Em meio aos violentos conflitos que ocorrem no Oriente Médio, os apaixonados continuam saindo vencedores desse outro tipo de batalha.

Dos campos de batalha sírios até as cidades em ruínas no Iêmen, os repórteres são testemunhas de uma enorme violência, mas por vezes surgem em suas rotinas momentos de esperança, beleza e até mesmo romance.

Para o dia dos namorados, a AFP selecionou uma série de fotos recentes que ilustram esses momentos de alegria.

O fotógrafo da AFP Safin Hamed lembra do dia que acompanhou o casamento de um jovem casal da minoria yazidi, que são perseguidos pelo grupo Estado Islâmico no Iraque.

Eles saíram da suas barracas de acampamento instaladas em um campo de refugiados e celebraram o seu casamento em Dohuk, no Curdistão iraquiano, situado no norte do país.

"Foi uma festa muito simples. Não teve buffet, serviram apenas bolo. Queriam realmente compartilhar a sua felicidade e comemorar", disse Hamed.

Os recém-casados eram crianças quando o Estado Islâmico invadiu a região de Sinjar, berço histórico dos yazidis, em 2014.

Centenas de pessoas foram assassinadas. As mulheres foram forçadas a ser escravas sexuais e os jovens a servir como soldados para o grupo.

Depois de terem sobrevivido por seis anos com ajuda humanitária, o casal "valorizava a vida e queria continuar, apesar de tudo que já tinha lhes acontecido", acrescentou Hamed.

Os convidados, vestidos com belíssimos trajes tradicionais, dançaram ao ritmo da música curda típica dos casórios, cantada por um grupo de músicos.

"Quando o grupo terminou de cantar, queriam que continuasse", lembra o fotógrafo.

"Apesar do sofrimento, todos tinham se arrumado perfeitamente para a ocasião. Foram ao salão de beleza e escolheram a sua melhor roupa", descreve.

- "Muito diferente" -

No Iêmen, um país que está em guerra há mais de cinco anos e cuja capital está sob o poder dos rebeldes huthis, Mohammed Huwais fotografou homens dançando na rua durante um casamento que ocorria no local que segundo a ONU abriga a pior crise humanitária do mundo.

Em Idlib, uma província no noroeste da Síria e o último grande reduto dominado por extremistas e rebeldes na Síria, Aaref Watad imortalizou um vestido de noiva em meio aos ferros retorcidos fotografado em frente a uma loja destruída em dezembro do último ano.

Mais ao leste, Moustafa Ramadan e Luvin Yusuf tiveram que adiar o seu casamento por causa da ofensiva turca lançada ao norte da Síria em outubro do último ano, para afastar de sua fronteira uma milícia curda síria que descreve como "terrorista".

Finalmente, os noivos disseram sim em Qamichili, diante das lentes do fotógrafo Delil Souleiman e de um grupo de convidados que aplaudiam e cantavam músicas patrióticas curdas.

"Foi muito diferente do meu trabalho habitual, repleto de bombardeios, pessoas desabrigadas e mortes", conta o fotógrafo da AFP.

O cenário do casamento evocava, pelo contrário, "cores, alegrias e muita dança", descreve Souleiman.


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