Jornal Estado de Minas

Israel reforça segurança em Jerusalém e na Cisjordânia

As forças israelenses enviaram reforços, nesta sexta-feira (7), por ocasião da oração muçulmana semanal em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, mas não conseguiram evitar novos confrontos durante uma manifestação palestina contra o plano americano para resolver o conflito.



Um grupo de cerca de 100 palestinos se manifestou perto do muro que separa o vilarejo de Bilin, na Cisjordânia ocupada, do assentamento de Modiin Illit, ao norte de Ramallah.

Manifestantes queimaram pneus e jogaram pedras e coquetéis molotov contra os soldados israelenses, que responderam com gás lacrimogêneo, constatou um fotógrafo da AFP.

A oração semanal de cerca de 25.000 fiéis muçulmanos na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental - a parte palestina da cidade ocupada desde 1967 por Israel, que a anexou - foi, no entanto, realizada sem incidentes, disse o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.

Uma presença policial reforçada será mantida em Jerusalém, informou Rosenfeld.

O Exército anunciou, por sua vez, o envio de tropas adicionais à Cisjordânia.

Na quinta-feira, um ataque com carro em Jerusalém feriu dez soldados israelenses e confrontos na Cisjordânia e Jerusalém deixaram três mortos, incluindo dois palestinos.



O suspeito do atropelamento, preso na quinta-feira, ainda está interrogado, disse Micky Rosenfeld.

A violência ocorre mais de uma semana depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou em Washington seu plano de solução do conflito entre israelenses e palestinos, rejeitado pelos palestinos.

O projeto americano concede inúmeras concessões ao Estado hebraico. Entre elas, prevê fazer de Jerusalém a capital do Estado de Israel, a anexação dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, particularmente no Vale do Jordão, e a criação de um Estado palestino desmilitarizado no que resta da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.

Foi rejeitado pelo presidente palestino, Mahmud Abbas, que pediu aos palestinos que se manifestassem contra o projeto.

No último sábado (1º), Abbas anunciou a ruptura de "todas as suas relações", incluindo na área de segurança, com Israel e com os Estados Unidos, durante uma reunião extraordinária da Liga Árabe no Cairo para analisar o plano de Trump.



"Informamos que não existirá nenhum tipo de relação com vocês (os israelenses) nem com os Estados Unidos, nem sequer em termos de segurança, à luz do plano americano que viola os acordos de Oslo", assinados com Israel em 1993, disse o presidente da Autoridade Palestina no Cairo.

Abbas "tem uma responsabilidade" na violência, disse Jared Kushner, genro de Donald Trump e arquiteto do plano americano, na quinta-feira (6).

"Kushner permitiu a Israel ir mais longe com a anexação/colonização", respondeu o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, no Twitter.

"Ele culpa o presidente Abbas porque, para pessoas como ele, nossa mera existência/nossos direitos (...) são o problema", acrescentou.