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Estado de Minas

O pesadelo dos chineses com restrições de viagens impostas por coronavírus


postado em 06/02/2020 11:19

Os chineses sofrem proibições de viagens impostas em vários países diante da epidemia de coronavírus, com estudantes que não podem retornar para

suas instituições de ensino, funcionários impedidos de retornar ao trabalho, ou cientistas que precisam suspender suas pesquisas.

Os Estados Unidos rejeitam não-americanos que passaram pela China nos 14 dias anteriores, ou seja, o tempo máximo de incubação para pneumonia viral.

Austrália, Nova Zelândia e Filipinas adotaram medidas similares.

Veja algumas histórias de pessoas afetadas:

- Wang Bili, 32 anos, funcionário internacional, preso no Japão

No Japão para esquiar nas montanhas da Ilha Hokkaido (norte), Bili deveria voltar para os Estados Unidos em 10 de fevereiro para seu emprego em uma organização internacional.

"Fiquei surpreso com a decisão dos Estados Unidos. Tive que trocar minha passagem posteriormente, para poder respeitar o período de incubação", contou à AFP.

Após esse período, poderá retornar a Washington em meados de fevereiro. Ele duvida, porém, da eficácia da medida.

"No final, os Estados Unidos não podem saber se um chinês passou pela China! É algo puramente declarativo", diz, lembrando que um passaporte chinês não recebe um carimbo ao deixar a China.

O principal inconveniente para esse jovem chinês é o custo de sua estadia prolongada no Japão. "Mais mil dólares, mas o que posso fazer?", resigna-se.

- Chloe Liang, 22 anos, estudante em Sydney, bloqueada na China

Como os outros estudantes chineses atualmente na China, Chloe não pode voltar para sua universidade na Austrália.

"É uma medida muito brutal!", reclama a jovem.

"Há chineses que só souberam disso quando saíram do avião e tiveram que voltar para a China (10 horas de vôo), pagando do próprio bolso!", acrescenta.

Chloe se pergunta se conseguirá seu diploma. "Tudo isso é um pesadelo, pois atrapalha nossos projetos pelos próximos dois, ou três anos", diz.

Outra decepção: a estudante planejava fazer turismo na Nova Zelândia, mas teve de desistir, porque esse país adotou as mesmas medidas que a Austrália.

"Tudo estava reservado. Perdi muito dinheiro com cancelamentos de hotéis", reclamou Chloe.

- Sherry Huang, 36 anos, cientista e pesquisadora nos Estados Unidos

Pesquisadora da área biomédica, Sherry Huang ficou muito surpresa ao saber sobre a medida americana.

"A China é tão grande. Proibir todos os cidadãos de entrarem nos Estados Unidos não é razoável", afirmou.

A cientista está agora na casa dos pais na cidade costeira chinesa de Xiamen (leste), onde passou as férias do Ano Novo Lunar no final de janeiro. Não visitava o país desde 2016.

Sem laboratório, ou material em mãos, Sherry não pode fazer seu trabalho.

Seu laboratório americano recebeu subsídios para o novo projeto de pesquisa de Sherry. Se ela não puder começar a trabalhar pontualmente, seus chefes poderão atribuir o projeto para outra pessoa, o que teria "grandes repercussões" para ela, seus colegas e sua pesquisa, aponta a cientista.

- Xiao Shen, 22 anos, estudante em Melbourne, bloqueado em Pequim

No segundo ano no Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT), Xiao Shen lamentou não ter sido contatado por sua universidade, ou pelas autoridades australianas.

"Soube de tudo pelo noticiário!", reclama, descrevendo a falta de comunicação como "irresponsável".

"Estou muito chateado!", queixou-se.

Segundo ele, a Austrália deveria proibir o acesso ao país apenas para turistas, ou chineses, procedentes de Hubei (centro da China), epicentro da epidemia atual.

"Entendo que é para garantir a segurança, mas é excessivo. Eles estão ignorando completamente os interesses dos alunos", completou.


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