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Estado de Minas

Babás e carros compartilhados, os últimos preparativos antes dos 'caucuses' de Iowa


postado em 03/02/2020 13:54

"A que horas vocês têm de estar lá?", pergunta a organizadora. "Às 18h30!", gritam os partidários de Bernie Sanders. Esta turma não quer deixar nada entregue ao acaso e garantir que todos cheguem a tempo para votar em Iowa, onde começam as primárias democratas que vão escolher o rival de Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro.

Neste estado americano com uma população de cerca de três milhões, a votação desta segunda à noite não será com cédulas, mas nas assembleias de eleitores conhecidas como "caucus", uma curiosa modalidade que é orgulho de seus habitantes.

Desde as 19h locais (23h em Brasília), mais de 600.000 afiliados ao Partido Democrata vão-se reunir em cerca de 1.700 pontos em todo estado para expressar publicamente seu apoio a um candidato.

"Se a participação for alta, se pessoas que, em geral, não se envolvem vierem, se vierem os jovens e a classe trabalhadora, não só podemos ganhar, como acho que podemos ganhar com folga", afirmou o senador independente, que aparece como favorito nas pesquisas locais.

As portas dos caucus fecham às 19h (hora local) em ponto. Uma vez dentro da sala do "caucus", um responsável porá "Bernie por aqui, pode pôr (Elizabeth) Warren mais para cá, pode pôr (Pete) Buttigieg por ali", explica à AFP John Deeth, organizador de todos os "caucuses" democratas do condado de Johnson, no auditório de uma escola secundária de Iowa City, em referência aos candidatos em disputa.

"As pessoas escolhem seu canto" e se agrupam sob o estandarte de seu candidato preferido, explica.

Longe da confidencialidade da cabine de votação, os eleitores democratas de Iowa expressam sua vontade de forma física, votam "com os pés".

Para serem considerados finalistas, os candidatos devem reunir pelo menos 15% dos eleitores presentes na sala.

Os grupos que não atingirem esse patamar podem optar, em um segundo turno, por se somarem aos eleitores de um candidato finalista, tentar conseguir mais apoio para superar 15%, ou não escolher ninguém, como se votassem em branco.

Entre um turno e outro, o "caucus" se transforma em uma grande negociação. Esta é a primeira eleição, na qual tantos pré-candidatos compartilham o favoritismo com muito pouca diferença nas pesquisas.

O socialista Sanders vem seguido do ex-vice-presidente Joe Biden e do jovem Pete Buttigieg, ambos de centristo, e da senadora progressista Elizabeth Warren.

Para Deeth, "nesse momento, este partido pode ser para qualquer um".

- 'Precisa-se de babá' -

Este método eletivo incomum exige muitas horas até que se tenha um resultado, o que faz desta uma longa noite de inverno que nem todos podem enfrentar longe de casa.

A solidariedade organizada passa a desempenhar um papel-chave para mobilizar eleitores que podem virar o resultado. Em um dos "caucuses", por exemplo, Warren oferece um serviço de creche gratuita.

Também há casos de organização espontânea. Em Iowa City, Melissa Fath faz campanha pela senadora moderada Amy Klobuchar, em quinto lugar nas pesquisas.

Sua recomendação aos jovens da região é para irem caminhando votar, para deixar livres para os mais velhos as vagas nos estacionamentos. É uma tentativa de evitar que desistam, caso tenham de andar várias quadras no frio.

Outras pessoas organizam viagens compartilhadas, ou se oferecem para passar e buscar quem não tem acesso a um meio de transporte.

Shellie Kettelkamp ainda não decidiu quem apoiará, por isso, ficará em casa. Mesmo assim, decidiu ajudar seus vizinhos. "Se quiserem expressar sua opinião (...) então posso ajudá-los, cuidando dos seus filhos".


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