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Estado de Minas

Acusadora diz que manteve relação com Weinstein após estupro por medo


postado em 31/01/2020 17:49

Uma das duas acusadores de Harvey Weinstein contou, aos prantos, durante seu julgamento em Nova York nesta sexta-feira (31) que, por medo, manteve um relacionamento com o produtor de Hollywood por anos após ter sido estuprada.

Jessica Mann, de 34 anos, contou com a voz embargada e às vezes interrompida por lágrimas que quando procurava emprego como atriz em Los Angeles e morava no próprio carro porque não tinha dinheiro para alugar uma casa, foi agredida sexualmente pelo réu duas vezes.

Ela contou que foi estuprada em 18 de março de 2013 em um hotel de Manhattan, depois que o réu injetou um remédio no pênis para manter uma ereção.

Mann, que teve uma infância difícil em uma fazenda de gado leiteiro no estado de Washington, é a terceira mulher a testemunhar perante o júri do tribunal criminal do estado de Manhattan que o acusado a estuprou.

A defesa sustenta que Mann e Weinstein tinham "um relacionamento afetuoso" e têm dezenas de mensagens entre eles. Durante seu testemunho, Mann tentou explicar por que o relacionamento continuava, embora nem sempre com sucesso.

Ela disse acreditar que "venerar" Weinstein e massagear "seu ego frágil" a ajudaria, porque "achava que se (o produtor) sentisse rejeição, isso provocaria sua raiva".

"Eu tinha muito medo" do réu, disse ela, e "eu estava preocupada em proteger o ator com quem estava namorando (...), que era bastante conhecido".

Ao relatar seu estupro, Mann disse que estava hospedada em um hotel de Manhattan e que o produtor alugou um quarto lá, apesar de seus pedidos.

"Entrei em pânico (...). Sabia o que ele estava tentando fazer", disse.

Então Weinstein a levou para o quarto e lá "com uma voz sargento, afiada e furiosa" ordenou que ela se despisse e penetrou-a.

Então, no banheiro, a testemunha disse que viu no lixo uma seringa com um remédio para manter a ereção.

Ela disse que não contou a ninguém o que aconteceu porque estava "muito envergonhada".

"Via ele como meu pai (...). Meu pai tinha uma raiva semelhante", explicou. Mas quando o conheceu, sentiu que recebeu "uma bênção de Deus" porque ele foi maravilhoso para sua carreira.

Weinstein, de terno cinza, entrou na sala lotada do tribunal criminal do estado em Manhattan, andando com a ajuda de um andador. Ele mascava chiclete, tomava notas e balançava a cabeça às vezes.

Embora mais de 80 mulheres tenham denunciado-o por assédio, agressão sexual ou estupro, ele só foi acusado pelo estupro de Mann em 2013 e pela agressão sexual da ex-assistente de produção Mimi Hailey em 2006, pois a maioria dos crimes já prescreveu.

Weinstein, 67 anos, se declara inocente. Se condenado, ele enfrenta uma sentença máxima de prisão perpétua.


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