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Estado de Minas

OMS declara emergência internacional por novo coronavírus na China


postado em 30/01/2020 18:49

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quinta-feira (30) emergência internacional devido ao surto do novo coronavírus na China, embora tenha ressaltado que "não há razões" para limitar as viagens ou o comércio com o país asiático.

"Nossa maior preocupação é a possibilidade de que o vírus se propague para países com sistemas de saúde mais frágeis (...) Não significa desconfiança com a China", assegurou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

"A OMS não recomenda e de fato se opõe a qualquer restrição" a viagens e comércio, acrescentou o chefe da OMS.

A China anunciou mais cedo o balanço mais letal do novo coronavírus em apenas um dia, com 38 mortes, enquanto aumenta a preocupação em nível mundial com o número cada vez maior de contágios, incluindo três japoneses que estavam no epicentro da epidemia e foram repatriados.

Nos Estados Unidos, uma mulher contaminou seu marido no estado do Illinois, no primeiro caso de transmissão local registrado no país, anunciaram autoridades sanitárias nesta quinta.

O paciente, que não viajou para a China, se encontra em condição "estável", mas complicada por alguns problemas de saúde prévios, disse Jenniffer Layden, diretora médica estadual.

Até o momento, ao menos 15 países reportaram infecções, incluindo o primeiro caso na Índia.

Desde dezembro, quando a epidemia teve início, 170 pessoas morreram na China. Quase todos os óbitos aconteceram na província de Hubei, cuja capital é Wuhan, epicentro do novo patógeno.

O número de pacientes contagiados se aproxima de 7.700 na China continental, muito acima das 5.327 pessoas infectadas em 2002 e 2003 pela SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave). Há quase 20 anos este coronavírus deixou 774 mortos no mundo, 349 deles na China.

Wuhan, uma metrópole de 11 milhões de pessoas na região central da China, está em quarentena e isolada do mundo há uma semana, assim como quase toda província de Hubei.

As 56 milhões de pessoas que vivem na área isolada, o que inclui milhares de estrangeiros, não podem sair da região.

- Japoneses evacuados infectados -

Um cruzeiro com sete mil pessoas a bordo foi posto em observação no porto de Civitavecchia, perto de Roma, devido a casos suspeitos de coronavírus a bordo. Exames preliminares em uma passageira chinesa descartaram a presença da infecção.

Os exames realizados pelos especialistas do hospital romano Spellanzani "deram resultado negativo", disse uma fonte do ministério da Saúde, razão pela qual os seis mil turistas a bordo foram liberados para desembarcar, se quiserem, acrescentou a imprensa local.

Estados Unidos e Japão foram os primeiros países a retirarem, na quarta-feira, parte de seus cidadãos. Na madrugada desta quinta-feira, um avião francês decolou com destino a Wuhan para repatriar 250 pessoas.

Outros países pretendem organizar operações similares. A Itália anunciou o envio de um avião nesta quinta, a Espanha informou que a evacuação seria realizada nas próximas horas e a Alemanha prevê a retirada de 90 alemães nos próximos dias. O Canadá também fretará um avião.

Dos 195 americanos que chegaram na quarta-feira a uma base militar na Califórnia, nenhum apresentava sintomas do vírus. Todos permanecerão isolados durante 72 horas.

No Japão, porém, dos 206 repatriados três estavam infectados, somando-se aos demais oito casos já registrados previamente.

"Uma das três pessoas que apresentaram resultado positivo já desenvolveu os sintomas, mas as outras duas, não", disse o ministro da Saúde, Katsunobu Kato.

Transmissões entre humanos foram registradas em três países, além da China: Alemanha, Japão e Vietnã.

Várias companhias aéreas, como a British Airways, a alemã Lufthansa, a espanhola Iberia, a francesa Air France e a indonésia Lion Air suspenderam os voos para a China continental.

Os governos de Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos recomendaram que seus cidadãos evitem viajar para o país asiático. E, nesta quinta-feira, a Rússia anunciou que vai fechar a fronteira com a China.

O ministro israelense da Saúde anunciou nesta quinta a proibição para todos os voos procedentes da China devido à epidemia do novo coronavírus.

- Férias prorrogadas -

Wuhan, no coração da epidemia, parece uma cidade fantasma há vários dias.

No restante do país, os moradores evitam frequentar shoppings, cinemas e restaurantes.

Na luta para frear a propagação do vírus, o governo chinês prolongou o recesso de Ano Novo lunar até 2 de fevereiro, com o objetivo de evitar os grandes deslocamentos de pessoas nos transportes.

O país cancelou várias competições esportivas internacionais, como as provas da Copa do Mundo de esqui alpino. Nesta quinta-feira, as autoridades anunciaram o adiamento do início da temporada 2020 de futebol.

Além do setor aéreo, a epidemia provoca incertezas para o conjunto das perspectivas econômicas mundiais, advertiu o presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano), Jerome Powell.

Grandes empresas como Toyota, IKEA, Starbucks, Tesla, McDonald's e a gigante da tecnologia Foxconn decidiram suspender de forma temporária a produção, ou fechar suas lojas na China.


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