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Estado de Minas

Reino Unidos dará adeus na sexta-feira à União Europeia


postado em 26/01/2020 11:55

Faltam apenas alguns dias para o divórcio. O Reino Unido inicia uma semana histórica para se tornar na sexta-feira o primeiro país a deixar a União Europeia, depois de três anos e meio de difícil separação.

Alguns farão festa, outros lamentarão, mas depois de três adiamentos, o Brexit, que dividiu as famílias britânicas e o Parlamento, ocorrerá na sexta-feira, 31 de janeiro de 2020 às 23h00 (20h00 de Brasília).

Entre o Reino Unido e os 27, tudo ainda precisa ser feito. A separação, sem grandes mudanças no futuro imediato, marcará o início das negociações para determinar os termos de seu relacionamento.

Apesar das tentativas dos eurocéticos mais fervorosos, o sino do Big Ben, que passa por obras, não tocará. Por outro lado, um relógio luminoso projetado em Downing Street lançará a contagem regressiva.

Uma moeda de 50 pence (60 centavos de euro que o Reino Unido sempre se recusou a adotar) marcando o evento entrará em circulação, totalizando dez milhões de cópias.

Fervoroso defensor do Brexit, o primeiro-ministro Boris Johnson, que se apresenta como um unificador desde sua vitória nas eleições legislativas, discursará ao país à noite.

"Sexta-feira marca um momento importante na história do nosso Reino Unido", disse ele em comunicado neste domingo. "Seja qual for o seu voto em 2016, é hora de olhar com confiança para o país pioneiro em que nos tornaremos na próxima década e curar as divisões do passado".

A tarefa não é fácil: as assembleias escocesa, galesa e norte-irlandesa rejeitaram sua lei sobre a saída da UE. Na Escócia, o Brexit reacendeu o desejo de um referendo sobre a independência.

Após chegar ao poder no final de julho, Boris Johnson teve sucesso onde fracassou sua antecessora Theresa May.

Depois de renegociar o texto com Bruxelas, incluindo uma nova solução para evitar o retorno de uma fronteira física entre as duas Irlanda, o ex-prefeito de Londres finalmente conseguiu aprovar a lei que implementará o Brexit.

E isso graças à grande maioria, sem precedentes para os conservadores desde Margaret Thatcher, que ele garantiu nas eleições de dezembro.

- Vai e volta para assinaturas -

O texto, que incluiu na lei britânica o acordo de 535 páginas alcançado em outubro, foi promulgado pela rainha Elizabeth II em 23 de janeiro, oito dias antes da data fatídica.

Resta ainda uma última formalidade antes do fim dos 47 anos de um casamento tumultuado: a ratificação pelo Parlamento Europeu na quarta-feira do Tratado do Brexit, que fez a viagem de ida e volta Bruxelas-Londres na sexta-feira para ser assinado.

Os diplomatas dos Estados membros da UE o aprovarão no dia seguinte, por escrito, o último passo do processo.

Mas a data de 31 de janeiro é sobretudo simbólica. O acordo de divórcio prevê um período de transição para uma saída tranquila, até 31 de dezembro. Durante esse período, o Reino Unido continuará a aplicar as regras da UE, mas não terá mais voz.

O período de transição tem como objetivo principal permitir que Londres e Bruxelas cheguem a um acordo sobre suas futuras relações, especialmente em questões comerciais, negociações que Boris Johnson deseja concluir em tempo recorde, excluindo qualquer extensão além do final do ano.

Os europeus consideram o calendário muito apertado e estão particularmente vigilantes a respeito dos direitos dos 3,6 milhões de cidadãos da UE que vivem do outro lado do Canal.

Boris Johnson anunciou claramente que deseja um acordo com a UE semelhante ao que existe com o Canadá, sem alinhamento com as regras da UE.

Ao mesmo tempo, o Reino Unido quer negociar seus próprios tratados de livre comércio com outros países, em particular com os Estados Unidos de Donald Trump.

No entanto, as discussões prometem ser difíceis, principalmente porque o Reino Unido decidiu manter seu futuro imposto digital, apesar das ameaças de represálias americanas.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, deve viajar a Londres em 29 de janeiro para se encontrar com Boris Johnson e "discutir como ampliar e aprofundar os laços comerciais" após o Brexit.

Em um tuíte incluindo as bandeiras europeia, britânica e um coração, o ex-presidente do Conselho Europeu Donald Tusk escreveu ao Reino Unido: "Nós, a União Europeia, ainda te amamos".


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