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Estado de Minas

Julgamento político contra Trump começa com disputa sobre testemunhas


postado em 21/01/2020 21:55

O histórico julgamento político contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começou nesta terça-feira (21) no Senado, com um debate sobre as regras do processo no qual a oposição democrata acusou a maioria republicana de proteger o chefe de Estado.

Os senadores deverão decidir em um tribunal conduzido pelo presidente da Suprema Corte, John Roberts, sobre as acusações que a Câmara dos Representantes - controlada pelos democratas - atribuiu a Trump no mês passado: abuso de poder e obstrução ao Congresso.

O julgamento, que provavelmente terminará absolvendo Trump, dada a maioria republicana na Câmara Alta, começou com um debate sobre as regras do processo.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnel, apresentou um projeto de resolução sobre o procedimento com o qual busca estabelecer restrições às provas da investigação e à participação de testemunhas, além de buscar acelerar o processo.

O passo a passo de McConnell indica que as argumentações serão apresentadas em rodadas de oito horas para a acusação, tempo equivalente para a defesa e depois 16 horas para os interrogatórios, um cronograma adaptado após o inicialmente proposto de celebrar sessões vespertinas de 12 horas, criticado duramente pelos democratas.

McConnell também deixou claro que planeja bloquear qualquer tentativa dos democratas de mudar seu planejamento. "A estrutura básica que estamos propondo é tanto justa quanto equilibrada", disse o republicano.

A primeira das emendas apresentadas pelo líder da minoria democrata, Chuck Schumer, requeria a apresentação de documentos da Casa Branca e foi rechaçada em uma votação na qual os senadores votaram alinhados com seus respectivos partidos: os 53 republicanos votaram contra e os 47 democratas se pronunciaram a favor.

Quatro meses depois do surgimento do escândalo ucraniano e a dez meses das eleições presidenciais, os 100 senadores se reuniram no Congresso para iniciar um julgamento que, muito provavelmente, terminará com um resultado favorável a Trump, já que o republicanos possuem 53 cadeiras nesta casa legislativa.

Os senadores devem decidir em um tribunal que tem à frente o presidente da Corte Suprema, John Roberts, sobre as acusações feitas a Trump no mês passado pela Câmara de Representantes, controlada pelos democratas: abuso de poder e obstrução ao Congresso.

Trump se tornou o terceiro presidente na história do país a ser julgado num processo de impeachment, depois de Andrew Johnson, em 1868, e de Bill Clinton, em 1999.

Segundo a acusação, Trump tentou pressionar a Ucrânia a interferir a seu favor nas eleições de 2020, sugerindo ao presidente do país europeu que investigasse os negócios do filho de Joe Biden, um dos pré-candidatos democratas com mais chances de enfrentá-lo no pleito presidencial de novembro.

Os democratas que lideraram a investigação acusaram ainda o presidente de obstruir a investigação no Congresso ao recusar que seus principais assessores testemunhassem.

De acordo com os democratas que lideraram a investigação, Trump pressionou a Ucrânia retendo cerca de 400 milhões de dólares em ajuda militar para o país, que está em conflito com rebeldes pró-Rússia no leste de seu território.

- Testemunhas importantes -

Os democratas não pouparam críticas à forma como o processo está sendo conduzido por McConnell. O legislador democrata Adam Schiff, responsável pela acusação contra Trump, disse que os republicanos buscam manter um processo "fraudado".

Depois, em sua alegação inaugural, afirmou que o esquema proposto pelos republicanos "não faz sentido" e está orientado a que não se exponham as provas e que Trump seja inocentado.

As regras de McConnell visam fazer com que o caso "seja despachado o mais rápido possível para encobrir seus crimes", acrescentou o democrata.

Apesar de os republicanos cederem no cronograma e terem mostrado flexibilidade para a apresentação das evidências da investigação no início do julgamento como a oposição desejava, não há sinais de que McConnell ceda às demandas democratas para a convocação de testemunhas.

Os democratas querem o testemunho de funcionários do alto escalão do governo, como o chefe de gabinete de Trump, Mick Mulvaney, e o ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton, com a expectativa de que eles forneçam detalhes das conversas do presidente com o governo da Ucrânia.

Bolton disse que estava disposto a testemunhar, se convocado.

Antes do início do debate, McConnell defendeu um processo breve e alegou que a demanda democrata de incluir testemunhos de altos funcionários da Casa Branca é um privilégio constitucional da Presidência.

"Procurar essas testemunhas pode atrasar o julgamento e nos arrastar para uma complexa batalha legal sobre o privilégio profissional", defendeu McConnell. Isso pode ter repercussões permanentes sobre a essência dos Poderes do Estado e a "instituição presidencial".

Pat Cipollone, representante legal de Trump, criticou o processo e disse que um julgamento político partidário é como "roubar uma eleição".

Trump, que está em Davos para participar do Fórum Econômico Mundial, descreveu novamente o processo contra ele como "uma caça às bruxas que vem ocorrendo há anos e, francamente, é vergonhoso".


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