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Estado de Minas

Celebridades iranianas protestam por derrubada de avião


postado em 21/01/2020 11:55

Artistas, atletas e personalidades midiáticas iranianas se tornaram porta-vozes das recentes manifestações contra as autoridades do Irã pela derrubada acidental de um avião ucraniano que tirou a vida de 176 pessoas.

As manifestações tiveram início em 11 de janeiro, após o Irã admitir ter derrubado "por erro" um Boeing ucraniano pouco após a decolagem de Teerã três dias antes, em um contexto de tensões extremas entre a República Islâmica e os Estados Unidos.

Esse reconhecimento, após três dias de negação dos fatos, provocou uma onda de indignação no país, onde vigílias em memória das vítimas, na maioria, iranianas, se transformaram em protestos marcados pela cólera.

Várias celebridades do mundo das artes, dos esportes e da imprensa reproduziram a frustração popular.

Estrelas de cinema anunciaram seu boicote ao festival de Fajr, realizado em fevereiro pelo aniversário da Revolução islâmica de 1979.

Um trecho do filme "Sheeple" divulgado em 13 de janeiro no Instagram pelo ator principal, Navid Mohammadzadeh, foi visto por mais de 3,2 milhões de pessoas em poucos dias. Nele, o protagonista explica que decide ficar no Irã para reclamar seus direitos.

- 'Triste e desesperada' -

Em 11 de janeiro, a atleta de Taekwondo Kimia Alizadeh, única medalhista olímpica da história do esporte no Irã, anunciou ter deixado o país por não aguentar mais a hipocrisia de um sistema que, segundo ela, usa atletas com fins políticos e só os humilha.

"Faço parte dos milhões de mulheres oprimidas no Irã", escreveu no Instagram.

Said Marouf, capitão da equipe nacional de vôlei, postou em 12 de janeiro para anunciar a classificação de sua equipe para Tóquio-2020: "Hoje, em nosso humor triste e desesperado, não podemos celebrar esta vitória e a realização de um sonho pelo qual trabalhamos ao londo de anos", escreveu.

Dias antes, a árbitra de xadrez iraniano Shoreh Bayat, acusada de violar o código de vestimenta islâmico iraniano no campeonato mundial na Rússia, também disse que não queria voltar ao Irã.

- 'Nunca mais' -

A mudança de posição de Teerã provocou uma comoção na imprensa oficial, que, nos primeiros dias, repetia a versão das autoridades de que a catástrofe aérea se devia a um problema técnico.

Em uma situação rara, a imprensa iraniana reproduziu, então, manchetes hostis às autoridades durante as manifestações.

Concentrados em Teerã, os protestos pareceram ter um alcance muito menor que a onda de manifestações nacional de novembro, desencadeada pela alta do preço do combustível, contida ao preço de uma repressão que deixou pelo menos 300 mortos, segundo a Anistia Internacional.

Diante do protesto, vários funcionários da emissora estatal anunciaram sua demissão nas redes sociais.

Gelare Jabbari, ex-apresentadora de TV, escreveu no Instagram: "Me desculpem por mentir para vocês durante 13 anos na televisão. A mensagem foi curtida mais de 50 mil vezes.

O ator Shahab Hoseini, conhecido pela colaboração com o diretor Ashhar Farhadi, desencadeou a polêmica criticando o boicote do festival de Fajr no Instagram em 16 de janeiro, provocando mais de 30 mil reações, algumas de apoio, mas também muitas de ataque.

"Esta ação, inclusive entre os artistas, os fãs e o público, cria uma brecha profunda e talvez irreparável, que não é do interesse de ninguém", acrescentou.


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