Jornal Estado de Minas

Liberados dezenas de manifestantes detidos no Líbano, onde seguem protestos

Grande parte dos mais de cem manifestantes detidos nas últimas 48 horas no Líbano em protestos contra o governo foram liberados nesta quinta-feira, informaram os advogados dos opositores à AFP.

Beirute foi palco de tumultos particularmente violentos nas noites de terça e quarta-feira, entre os quais houve atos de vandalismo contra várias entidades bancárias locais.



Mesmo com a repressão, centenas de pessoas voltaram a protestar na noite desta quinta-feira em frente às sedes do Parlamento, do Banco Central e do Ministério do Interior.

Os manifestantes vaiaram a ministra interino do Interior Raya al Hasan e denunciaram o atraso na formação de um governo de tecnocratas após a renúncia do primeiro-ministro Saad Hariri no final de outubro, enquanto a situação econômica do país piora cada vez mais.

No contexto da crise, os bancos que operam no Líbano impuseram severas restrições às retiradas para seus clientes, o que esquentou ainda mais os ânimos.

Os manifestantes acusam as instituições financeiras de conivência com o governo.

Na terça-feira, 59 pessoas suspeitas de atos de vandalismo e ataques foram presas, segundo um relatório das forças policiais.

Nenhuma informação oficial foi fornecida no momento sobre as detenções registradas na quarta-feira durante protestos para exigir a libertação dos detidos na noite anterior.

Mas, de acordo com uma lista elaborada pelo "Comitê de Advogados de Defesa dos Manifestantes" - e da qual a AFP obteve uma cópia -, 101 pessoas foram presas em dois dias, incluindo cinco menores.

A Cruz Vermelha Libanesa disse na quarta-feira que atendeu 84 feridos após confrontos com as autoridades.

Dois jornalistas ficaram feridos pelos agentes de segurança.

Após a renúncia de Saad Harari, Hasan Diab foi encarregado em dezembro para formar um novo governo, mas o atraso nas negociações gerou a revolta das pessoas que iniciaram os protestos em 17 de outubro.

Segundo a imprensa local, nesta sexta-feira poderá anunciar o novo governo.