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Estado de Minas

Irlanda do Norte encerra três anos de bloqueio político


postado em 10/01/2020 16:55

Unionistas e republicanos da Irlanda do Norte chegaram a um acordo nesta sexta-feira (10) para restaurar as instituições regionais, pondo fim a três anos de paralisia política nesta província britânica na linha de frente do Brexit.

Devido ao acordo de paz da Sexta-Feira Santa, que em 1998 deu fim a três décadas de um confronto violento, que deixou 3.500 mortos, as duas partes devem compartilhar o governo regional.

Um escândalo político-financeiro rompeu a coalizão anterior do governo em janeiro de 2017 e, desde então, várias séries de negociações não tiveram êxito.

Mas agora o tempo urgia: se a situação não fosse resolvida antes de 13 de janeiro, o executivo de Londres deveria convocar eleições regionais automaticamente, em um momento delicado para o Reino Unido que se prepara para deixar a União Europeia no final do mês.

Diante do ultimato, os unionistas do DUP e os republicanos do Sinn Fein retomaram as negociações em meados de dezembro. Na quinta-feira à noite, os governos britânico e irlandês, como garantidores conjuntos do acordo de paz, publicaram um projeto de medida.

A líder do DUP, Arlene Foster, a aceitou rapidamente como "justa e equilibrada".

"É claro que leva à frente a legislação sobre a língua irlandesa, mas também reconhece que alguns de nós que moramos na Irlanda do Norte são profundamente britânicos do Ulster", disse.

O Sinn Fein passou o dia inteiro analisando o texto e, no final da tarde, a líder do grupo, Mary-Lou McDonald, acrescentou o apoio dos republicanos.

"O Sinn Fein decidiu retornar ao sistema governamental compartilhado" e "nomeou ministros em um governo baseado na distribuição de poder", anunciou Mary-Lou numa entrevista em Belfast.

"Agora é responsabilidade de cada parte garantir que o executivo se encontre e que possamos trabalhar", acrescentou, especificando que ainda não há data para a primeira reunião.

- "Beneficiar a população" -

A questão das instituições norte-irlandesas tornou-se crucial porque o parlamento regional, conhecido como Stormont e até agora paralisado, terá a palavra final sobre a aplicação das controversas disposições aduaneiras destinadas a impedir o restabelecimento de uma fronteira física entre a província britânica e a vizinha República da Irlanda - país membro da UE - depois do Brexit.

O ministro britânico encarregado da Irlanda do Norte, Julian Smith, solicitou que o parlamento local se reunisse imediatamente para iniciar a restauração das instituições.

O acordo de governo prevê, em particular, medidas para promover o gaélico, o idioma irlandês, e acelerar o funcionamento da justiça.

O governo britânico também prometeu investir em serviços públicos na região, os mais desfavorecidos economicamente no Reino Unido, com a condição de que as instituições locais sejam restauradas.

"Estabelecemos uma série do que considero compromissos muito justos para fazer avançar as questões", disse o ministro das Relações Exteriores da Irlanda, Simon Coveney.

O governo de Dublin pediu aos dois lados para "se comprometerem coletivamente em fazer o que é necessário para que a política beneficie a população".

A disputa entre o DUP e o Sinn Fein se desenvolveu nas últimas semanas em um contexto político em mudança sob a influência do Brexit, contra o qual a maioria da população da província britânica votou.

Nas legislaturas britânicas de dezembro, a Irlanda do Norte elegeu pela primeira vez para o parlamento de Westminster mais deputados republicanos (7 do Sinn Fein e 2 do SDLP social-democrata), apoiadores de uma reunificação com a Irlanda, que os unionistas do DUP, que defendem a submissão à coroa britânica.


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