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Estado de Minas DIPLOMACIA

Canadá acusa Irã de ter derrubado avião

Segundo o primeiro-ministro canadense, informações de serviços de inteligência indicam que um míssil atingiu a aeronave, o que é negado pelos iranianos. Trump diz 'suspeitar' que não foi acidente


postado em 10/01/2020 04:00

Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense:
Justin Trudeau, primeiro-ministro canadense: "Temos informação de múltiplas fontes (...) que indica que o avião foi derrubado por um míssil terra-ar iraniano. Pode ser que não tenha sido intencional" (foto: Dave Chan/AFP)


Canadá e Ucrânia exigem investigação completa sobre as causas da queda do avião e pedem apoio internacional(foto: AKBAR TAVAKOLI/irna/AFP)
Canadá e Ucrânia exigem investigação completa sobre as causas da queda do avião e pedem apoio internacional (foto: AKBAR TAVAKOLI/irna/AFP)


O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou ontem que várias fontes de Inteligência, incluindo os serviços canadenses, sugerem que o Boeing 737, que caiu na véspera perto de Teerã, foi “derrubado por um míssil terra-ar iraniano”. Órgãos de imprensa norte-americanos citaram autoridades, sem identificá-las, que concordam com as suspeitas canadenses, mas afirma ter sido um erro do sistema de defesa do Irã. As autoridades iranianas rebateram veementemente e disseram que “não faz sentido” a acusação. 

“Temos informação de múltiplas fontes, incluídos nossos aliados e nossos serviços, que indica que o avião foi derrubado por um míssil terra-ar iraniano. Pode ser que não tenha sido intencional”, disse Trudeau em coletiva de imprensa.

O premiê canadense insistiu em que estes últimos acontecimentos “reforçam a necessidade de uma investigação exaustiva sobre este assunto”. 

“Como disse ontem, os canadenses têm perguntas e merecem respostas”, disse. O desastre, que resultou na morte de 176 pessoas, incluindo 63 canadenses, ocorreu pouco depois de Teerã disparar mísseis contra bases militares utilizadas pelo Exército americano no Iraque.

A Ucrânia pediu a seus aliados ocidentais que forneçam “provas” que ajudem na investigação da queda do avião. “Nosso país tem o mais absoluto interesse em que se chegue à verdade. É por isso que pedimos aos parceiros ocidentais da Ucrânia: 'Se tiverem provas que ajudem na investigação, solicitamos que as forneçam a nós'”, destacou a Presidência ucraniana em um comunicado.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Sergiy Kyslytsya, solicitou ao Conselho de Segurança da ONU “apoio incondicional” da organização para seus especialistas a cargo da investigação.

O voo PS752, da Ukrainian International Airlines (UIA), decolou no começo da manhã de quarta-feira de Teerã (hora local, noite de terça no Brasil), com destino a Kiev, mas caiu logo depois.

Irã rebate As autoridades iranianas disseram que "não faz sentido" os rumores de um ataque com míssil contra o avião ucraniano que caiu na quarta-feira no Irã e matou 176 pessoas.

“Vários voos nacionais e internacionais estavam no espaço iraniano ao mesmo tempo à mesma altura de 8.000 pés, e essa história do ataque com mísseis no avião não pode estar correta”, de acordo com um comunicado no site do Ministério do Transporte do Irã. 

“Esses rumores não fazem sentido”, acrescenta o texto, citando  Ali Abedzadeh, presidente da Organização de Aviação Civil Iraniana (CAO) e vice-ministro de Transportes. 

Autoridades dos Estados Unidos acreditam que o Irã derrubou acidentalmente o avião ucraniano, matando todas as 176 pessoas a bordo. A Newsweek, a CBS e a CNN citaram autoridades não identificadas dizendo que estão cada vez mais certas de que os sistemas iranianos de defesa aérea derrubaram acidentalmente a aeronave, com base em dados de satélite, radar e equipamentos eletrônicos.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também disse ontem ter “suspeitas” sobre o acidente do avião ucraniano. “Estava voando em um bairro bastante difícil e alguém poderia ter se enganado”, disse.
“Algumas pessoas dizem que foi mecânico. Eu pessoalmente não acho que isso seja uma questão”, disse Trump, acrescentando que “algo muito terrível aconteceu”.

Sanções O presidente Donald Trump disse também que as novas sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irã após ataques com mísseis de Teerã contra bases que abrigam tropas americanas no Iraque já estão em vigor. 

“Isso já foi feito. Nós as aumentamos. Eram muito graves, mas agora aumentaram substancialmente”, disse Trump.

O presidente prometeu na quarta-feira, em um discurso à nação, “sanções punitivas adicionais” em retaliação ao ataque com mísseis, visto por especialistas como uma primeira resposta de Teerã ao assassinato do general Qasem Soleimani em um ataque americano com drones em Bagdá.

Com essas sanções, a resposta de Washington que não foi acompanhada de medidas militares foi vista como um sinal da vontade de Donald Trump de apaziguar a escalada do conflito. 

“O Irã (...) nos atacou com mísseis. Não deveriam ter feito isso. Felizmente para eles, ninguém foi alcançado, ninguém foi assassinado”, repetiu Trump nesta quinta. 

“Estão muito afetados pelas sanções. Podem fortalecer a economia de seu país muito rapidamente se desejarem. Veremos se negociam ou não”, acrescentou o mandatário. 


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