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Estado de Minas

Impasse nas negociações na França após mais de um mês de greve


postado em 07/01/2020 13:06

A nova rodada de negociações entre o governo francês e os sindicatos sobre uma polêmica reforma do sistema previdenciário terminou sem avanços concretos nesta terça-feira (7).

"As greves não estão perto de parar", declarou Catherine Perret, uma das líderes do sindicato CGT, que exige a retirada total da reforma.

Encarregado das negociações, o primeiro-ministro Edouard Philippe disse nesta terça estar "aberto a discutir várias questões". Reiterou, porém, que não vai retirar o texto, como exigem vários sindicatos.

"Para chegar a um compromisso, todos precisam ceder um pouco", disse Philippe à rádio RTL, quando a greve, que causou caos nos transportes, principalmente em Paris, entrou em seu segundo mês.

A reforma, uma das promessas mais ambiciosas do programa do presidente Emmanuel Macron, visa a eliminar os 42 regimes de aposentadoria existentes atualmente na França e substituí-lo por um universal, por pontos.

Também prevê atrasar em dois anos, de 62 para 64, a idade para poder se aposentar com pensão integral.

"Em todos os países da Europa, as pessoas trabalham um pouco mais, é a realidade demográfica", afirmou Philippe.

Emmanuel Macron fez da reforma do sistema previdenciário um ponto-chave de sua campanha eleitoral de 2017, afirmando que um sistema universal baseado em pontos seria mais justo.

Nas últimas semanas, contudo, o governo já fez uma série de concessões para policiais e militares, bem como pilotos e controladores de tráfego aéreo, permitindo que continuem se aposentando mais cedo, ou mantendo seus benefícios separadamente por vários anos.

- Desgaste? -

O sindicato moderado CFDT, com o qual o governo espera chegar a um acordo, resistiu à proposta do governo de estender a idade em que os franceses poderão se aposentar com pensão integral, pois a consideram "injusta" para aqueles que começaram a trabalhar muito cedo.

"A idade de 'equilíbrio' deve ser retirada do projeto de lei", disse Laurent Berger, líder do CFDT.

Philippe apontou que, se os sindicatos encontrarem uma maneira melhor de reduzir o déficit do sistema previdenciário, "eu aceitarei".

Já o sindicato de linha dura CGT, o mais poderoso na companhia ferroviária SNCF, continua a insistir em que o governo descarte a reforma por completo.

Enquanto o impasse continua, o apoio público à greve, que permaneceu alto durante o primeiro mês, começa a arrefecer.

Uma pesquisa realizada pela empresa Harris Interactive na segunda-feira (6) mostrou que 60% dos franceses continuam apoiando a greve, o que significa uma queda de 9 pontos desde o início.

Os sindicatos CGT e FO convocaram um novo dia de paralisação nacional contra a reforma para esta quinta-feira (9).

No primeiro dia de mobilização no início de dezembro, mais de 800.000 pessoas foram às ruas em toda França para expressar sua rejeição ao texto.

Na linha de frente contra a reforma, a SNCF e a empresa de transporte público da região de Paris, a RATP, completam nesta terça 34 dias em greve.

Essa parada nos transportes já é a mais longa da história do país, superando a mobilização de 1986-1987, quando os trabalhadores da SNCF permaneceram em greve por 28 dias consecutivos.

A operadora informou que perdeu mais de 600 milhões de euros (US$ 670 milhões) em vendas de bilhetes desde a deflagração da greve, em 5 de dezembro.

De acordo com a Câmara de Comércio e Artesanato de Paris, as vendas no varejo na capital caíram entre 30% e 40%.


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